DA REDAÇÃO: Agricultores do sul da Bahia buscam assegurar proteção das terras
O diretor financeiro da Associação de Produtores de Ilhéus e Região, Abiel da Silva Santos, se reuniu com um representante da Polícia Militar da região, Coronel Reis, para questionar a retirada do exército que estava posicionado a fim de assegurar a proteção das terras em conflitos no sul da Bahia.
O coronel, designado para a operação de segurança na zona rural junto à Força Nacional, disse que não há uma previsão de ocupação das bases. De acordo com Abiel, os produtores se sentem, mais uma vez, desamparados pelo estado. Na tarde de hoje (15), eles irão se reunir para definir medidas para a reinstalação das bases.
Abiel aponta que já existem agricultores "marcados para morrer" e teme, a qualquer momento, ter de informar uma nova morte na região.
O problema no sul da Bahia teve início em 2009, quando uma antropóloga provou a não-existência da etnia Tupinambá na região. No entanto, dois anos depois, a mesma antropóloga foi contratada pela Funai para desmentir a teoria. Pessoas passaram a ser cadastradas com a promessa de que iriam receber alimentação, saúde e educação, mas também foram ordenadas, de acordo com Abiel, a invadir terras. Alguns caciques realizaram cursos para aprender a cultura indígena em Porto Seguro e formaram as aldeias. "De lá pra cá, começaram a invadir e saquear", afirma o diretor.
Os pequenos agricultores do Sul da Bahia vivem agora o período da safra. A média de hectares dos agricultores não passa de 15 hectares.