DA REDAÇÃO: É preciso ter cautela com investimentos da China, diz analista
Nesta semana aconteceu a VI cúpula da BRICS (grupo constituído por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em que pretendem criar um banco para atender os países do grupo. O analista financeiro, Miguel Daoud, conta que a decisão é extremamente comum, mas que causa estranheza a vontade de unir o banco da BRICS com o da Unasul.
Com a possível união, a presidente Dilma quer resolver a questão da situação econômica da Argentina, em que a presidente Cristina Kirchner chegou a criticou a decisão judicial sobre o pagamento da dívida internacional a credores americanos. Para Daoud, a crítica não faz sentido, já que o país realizou a negociação e portanto sabia que o pagamento deveria ser efetuado.
Com a visita dos líderes de países do grupo, o presidente da China, Xi Jinping, demonstrou interesse em investir nas ferrovias brasileiras, para facilitar o escoamento de grãos para a Ásia. O analista explica que é preciso entender a intenção da ajuda chinesa e não ser tão otimistas, já que se trata de um país que não abre dos produtos. Ele compara a situação com que acontece na África, pois se empresas chineses forem responsáveis pelas obras, a China poderá trazer trabalhadores de seu país para gerenciar o processo e podem ferir a soberania brasileira.
O analista também fala sobre a preocupação do presidente da Rússia, Vladimir Putin, em participar do grupo por estar enfraquecido politicamente, visto que a Europa e Estados Unidos aumentaram as retaliações contra a Rússia.
Já para a situação do Brasil, Daoud não concorda com a decisão do Copon (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, em manter as taxas de juros em 11%. A inflação permanece subindo e com as taxas fixadas o crescimento do país deverá ser menor.