DA REDAÇÃO: Mesmo com cenário promissor, setor sucroenergético enfrenta crise por falta de política adequada

Publicado em 28/07/2014 13:14 e atualizado em 28/07/2014 17:02
Navio chega ao Brasil com etanol de milho importado dos EUA. Mais uma prova de erros na condução da economia brasileira, onde - para manter preços baixos da gasolina - o setor canavieiro acaba sendo sucateado. Crise provoca falencia das usinas e desemprego no interior.

As projeções de crescimento para as energias renováveis são promissoras, com o aumento da demanda por açúcar e etanol em todo o mundo. No entanto, a crise que o setor sucroenergético enfrenta desanima os produtores brasileiros. O pesquisador da USP, Marcos Fava Neves, que acaba de terminar o Circuito da Cana, projeto que pretende traçar o atual cenário da cana-de-açúcar no país, conta que a situação dos produtores é desoladora, em que muitos não possuem renda alguma para manter as propriedades. Para ele, a crise do setor é criada, principalmente pela falta de política e preços adequados e já há a necessidade de importar etanol dos Estados Unidos, mesmo com a grande capacidade de produção do Brasil.

Além dos problemas causados pela má gestão do Governo Federal, a quebra da safra também é grande devido a estiagem que atingiu o interior de São Paulo no início do ano. Segundo Neves, há projeções de especialistas de uma safra de 540 milhões de toneladas, quando as perspectivas anteriores giravam em torno de 610 milhões de toneladas. Também há o grande de número de usinas fechando, refletindo perdas em toda a cadeia produtiva.

O pesquisador explica que o cenário deveria estar bem diferente do que está sendo traçado, visto que a demanda por açúcar cresce 2% ao ano, assim como demanda por etanol, principalmente pelo crescimento da fabricação de frotas flex e o aumento do custo de energia elétrica. Também há investimentos em bioquerosene por parte de empresas aéreas e o aumento da demanda por bioplástico.

A recomendação é de que os produtores rurais se unam as cooperativas, para que todo o setor comece a traçar soluções para a crise, que já era prevista há cinco anos por diversos especialistas. 

Por: João Batista Olivi // Sandy Quintans
Fonte: Notícias Agrícolas

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