DA REDAÇÃO: Café – Altos custos com tratos culturais desanimam os produtores em Nepomuceno (MG)
Frente aos altos custos com os tratos culturas após a seca, o produtor rural de Nepomuceno (MG), Victor Ângelo Ferreira, decidiu arrancar cerca de 12 hectares de café da sua propriedade. Caso, as chuvas retornem para a região, o cafeicultor irá investir no cultivo de milho.
“O pessoal está muito desanimado com a situação e, em muitas situações, não compensa arrancar o cafezal. Muitos irão abandonar as lavouras, pois não tem como pagar os custos com trator e investir em outra cultura”, explica o produtor.
Além disso, algumas regiões já registram problemas com a ferrugem nas plantas. “A ferrugem certamente irá aparecer, pois o cafezal está fraco e a ferrugem sempre ataca. Mas é um verdadeiro desespero, temos pouco café e não é só o cafezal, temos que tocar a família também e filhos para estudar”, sinaliza Ferreira.
Preços
Enquanto isso, os preços da saca giram em torno de R$ 400,00 a saca, porém o valor, na visão do produtor, é insuficiente para cobrir os custos de produção. O cafeicultor destaca que a cotação deveria está, no mínimo, em R$ 650,00 para fechar a conta do produtor.
“Precisamos da intervenção do Governo no mercado. Se as autoridades comprassem o café a preço de mercado, em torno de R$ 450,00 e guardassem o produto, poderiam vender mais adiante, com preços mais altos, e depois venderiam e dividiram o excedente com o produtor”, diz Ferreira.
Safra
Em Nepomuceno, os cafeicultores já terminaram a colheita e as perdas estão em 40%, número já esperado pelos agricultores. E a grande preocupação é em relação à próxima safra, uma vez que o clima permanece seco na região.