DA REDAÇÃO: Café – Instalação de nova fábrica da Nestlé no Brasil divide cafeicultores

Publicado em 21/08/2014 13:34 e atualizado em 21/08/2014 18:29
Café: Instalação de nova fábrica da Nestlé divide cafeicultores no Brasil. Produtores não concordam com as importações de café que a fábrica pretende fazer, alegando que o investimento de 180 milhões é pequeno em relação ao risco da concorrência externa. Outros acreditam que a instalação deve trazer desenvolvimento para o setor no País.

A possibilidade da instalação da fábrica de cafés especiais da Nestlé no Brasil divide a opinião dos cafeicultores. A empresa propõe um investimento de 180 milhões de reais com geração de pelo menos 400 empregos diretos. No entanto, a viabilização do projeto depende de alguns fatores, entre eles, a autorização para importação de cafés especiais com objetivo de manter o chamado “padrão sensorial” do blend, o que desagrada alguns produtores.

O site Notícias Agrícolas teve acesso ao protocolo de intenções da Nestlé que explicita as contrapartidas da empresa para compensar o ingresso de variedades produzidas fora do Brasil, veja mais informações.

Para o consultor de mercado, Marco Antônio Jacob, a instalação da fábrica no Brasil seria uma excelente oportunidade. “Tudo o que a Nestlé está fazendo é bom para a cafeicultura brasileira. Ela vai levar a marca do País, vai colocar valor agregado ao produto brasileiro, vamos estar mais próximos da indústria e ter apoio tecnológico”, disse o consultor em entrevista ao programa Mercado & Cia, apresentado por João Batista Olivi.

Com relação à importação de cafés de outros países até que a produção no Brasil inicie, o analista acredita ser necessária e que não atrapalharia em nada o café brasileiro. “A importação de cafés é necessária por questões de marketing e qualidade. Sem a importação é inviável a instalação da fábrica do Brasil e a importação será uma parcela ínfima”.

No entanto, Jacob acredita que são necessárias barreiras alfandegárias e fitossanitárias para que o drawback seja realizado. “Com regras econômicas e alfandegárias claras a criação da fábrica não atrapalha em nada a economia do Brasil. Os cafés do Quênia, Etiópia e Colômbia são mais caros que o nosso. É só definir que o café importado não seja abaixo do preço mínimo do custo de produção”, afirmou o consultor.

O principal ganho para o setor produtivo no Brasil, segundo a Nestlé, seria a inclusão na embalagem dos produtos vendidos mundialmente, um selo ou frase indicando que “contém Cafés do Brasil”

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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