DA REDAÇÃO: Café – Com quebra da safra brasileira preço deve aumentar para o consumidor

Publicado em 26/08/2014 14:18 e atualizado em 26/08/2014 15:29
Café: Indústria de torrado e moído enfrenta dificuldades e aguardam informações mais sólidas sobre a produção no Brasil. Há também contradições e divergência de opiniões sobre a intenção da Nestlé em instalar fábrica no país, e alguns produtores já se mostram descontentes com a situação.

O Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Américo Takamitsu Sato, concedeu entrevista ao programa Mercado & Cia desta terça-feira (26) e falou sobre a quebra na safra de café no Brasil e a possibilidade de instalação da fábrica de cafés especiais da Nestlé, assunto que gerou discórdia dos cafeicultores nos últimos dias.

Segundo o Presidente da ABIC, a quebra na safra atual deve elevar o preço final. "Para a indústria a situação é preocupante porque com safra menor se tem preço mais alto, que tem que ser repassado parte para o consumidor. Nós acompanhamos com muita atenção a produção, fala-se esse ano em torno de 45 - 47 milhões de sacas, o que é pouco para o mercado atual", disse Sato, que também acredita que a quebra na safra brasileira deve ficar em torno de quinze a vinte por cento.

O executivo acredita que o debate para instalação da fábrica da Nestlé deve ser tratado por todos em conjunto por todos do setor. A empresa propõe um investimento de 180 milhões de reais com geração de pelo menos 400 empregos diretos. No entanto, a viabilização do projeto depende de alguns fatores, entre eles, a autorização para importação de cafés especiais com objetivo de manter o chamado “padrão sensorial” do blend, o que desagrada alguns produtores.

"A instalação de fábrica no Brasil seria favorável para a cafeicultura brasileira, pretende-se consumir setenta por cento da matéria-prima do Brasil e se importaria trinta por cento. Por outro lado, os produtores são contra porque acreditam que a fábrica vai prejudicar a produção", afirmou Sato.

Com relação à importação de cafés de outros países até que a produção no Brasil inicie, Sato é mais cauteloso. “Se abre espaço de importar café torrado e moído sem taxa de importação, coloca-se em ameaça a indústria e outras empresas de cápsulas", disse.

O Presidente da ABIC, também falou sobre a importação do Brasil de cafés industrializados da Alemanha e acredita que o País deveria beneficiar o café e exportar. "A sociedade brasileira cobra isso, o Brasil é o maior produtor de café do mundo, maior exportador de grão cru e importa ainda produto industrializado da Alemanha. Entretanto, pensamos nessa hipótese mas toda tentativa foi frustrada devido à entraves, principalmente de custos, prejudicando a competitividade no exterior".

Por: João Batista Olivi // Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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