DA REDAÇÃO: Setor sucroenergético registra mais demissões em função da crise

Publicado em 28/08/2014 13:14 e atualizado em 28/08/2014 17:19
Na VEJA Marina se reúne com usineiros e critica Dilma e Aécio

Em visita a Sertãozinho (SP) da candidata à presidência pelo PSB, Marina Silva, líderes do setor sucroenergético pretendem apresentar um diagnóstico para chamar atenção para a crise do etanol.  O setor tem registrado diversas demissões, além de já ter fechado 44 usinas moedoras de cana-de-açúcar e ter mais 20 em estado de recuperação. O secretário da Indústria, Comércio e Agricultura de Sertãozinho (SP), Carlos Roberto Liboni, conta que já foram totalizados de 3 a 4 mil funcionários demitidos, de um total de 44 mil empregos gerados na região.  

A maior causa da crise é a má remuneração para o setor, visto que as perspectivas de demanda são positivas. Esta má remuneração se deve as ações do governo para controle da inflação, que congelou os preços dos combustíveis. Para Liboni, o ideal seria que houve uma livre negociação e menos interferências por parte dos governantes neste setor.  Além disso, a retirada a taxa de Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) da gasolina, que também reflete no etanol, derrubou a remuneração dos produtores em 28%.

Para Liboni, apesar da crise, há uma grande expectativa de crescimento, mas será necessário tomar medidas de curto prazo.  No ano passado 17 entidades realizaram uma carta que documentava a eminência desta crise que se instalou pelo setor, que foi destinada ao Governo Federal. "Há um ano foi formalizada essas preocupações e cenários, pedindo que alguma coisa fosse feita, mas infelizmente não foi", lamenta o secretário.

Já para medidas de longo prazo, Liboni reforça a importância de um marco regulatório, para demonstrar as expectativas reais do setor e resgatar a confiança de investidores. 

Marina se reúne com usineiros e critica Dilma e Aécio

Ex-senadora visita feira de tecnologia sucroenergética, direcionada a usineiros e produtores rurais, para tentar quebrar resistência à sua candidatura

Talita Fernandes, de Sertãozinho

A candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, na Fenasucro (Feira Internacional de tecnologia sucroenergética), na cidade de Sertãozinho, interior de São Paulo (Felipe Cotrim/VEJA.com)

A candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, respondeu às críticas dos seus adversários Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) nesta quarta-feira. O tucano havia dito que o país não pode ser governado por "amadores", e a petista afirmou que não é possível "governar com os melhores sem fazer aferição".

"Tem muita gente por ai dizendo que o Brasil não pode ser governado por amadores dos sonhos. Os brasileiros terão de fazer uma escolha: ou apostam no sonho de que a gente possa ter um Estado eficiente que faça a sua gestão escolhendo os melhores e não aqueles que são indicados pelos interesses do partido desse ou daquele grupo", disse Marina, em referência à fala de Aécio. Em seguida, disparou contra Dilma. "Tenho certeza de que é melhor conversar com FHC do que com ACM e de que é melhor conversar com Lula do que com Sarney", disse. "Se Dilma tivesse feito menos propaganda do governo Lula, setenta usinas não estariam fechadas e outras quarenta em processo de recuperação judicial. Governo não é para fazer propaganda, mas para assumir compromisso."

A ex-senadora participa nesta quinta-feira da Fenasucro, feira internacional de tecnologia sucroenergética, na cidade de Sertãozinho, no interior de São Paulo. Para se livrar da pecha de que é inimiga do agronegócio, a ex-senadora dedica sua agenda a dois eventos com o setor: amanhã ela participa de um jantar em São Paulo com quarenta empresários do ramo a convite do presidente do Datagro (consultoria de etanol e açúcar), Plínio Nastari.

Durante sua fala, a ex-senadora aproveitou para criticar o abandono do setor sucroenergético pelo governo federal. Ela enfatizou a importância dos investimentos no etanol para limpar a matriz energética do país.

Marina mencionou a destinação de 10% do PIB para a educação como uma das prioridades. "Essa é uma escolha que tem que ser feita entre os que têm esse sonho amador de ver o Brasil eficiente e unido em torno desses objetivos ou se vamos continuar nas mãos dos profissionais das escolhas incorretas."

Por: João Batista Olivi // Sandy Quintans
Fonte: Notícias Agrícolas + Veja

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