DA REDAÇÃO: Com proximidade da safra norte-americanade grãos, negócios ficam lentos no Brasil

Publicado em 29/08/2014 14:00 e atualizado em 29/08/2014 17:09
Soja: Semana foi de poucos negócios no Brasil. Muitos produtores deixaram de vender pela queda nos preços pagos nos portos. Mercado internacional está com poucas possibilidades de ajustes de preços e o cenário não deve ter grandes mudanças até o final do ano. Também houve poucas negociações para a safra nova, com a comercialização não atingindo 10%.

A semana foi de poucos negócios para os produtores brasileiros, com a queda nos preços pagos nos portos. Enquanto havia negócios sendo realizados a até R$ 74 a saca, nos últimos dias esses valores estavam próximos de R$ 63 por saca. Segundo o consultor de mercado, Flávio França Jr., ainda existem compradores no mercado e interesse da indústria no mercado interno, mas muitos vendedores optaram pela não negociação com os preços mais baixos.

Segundo França, os preços até esboçaram uma pequena recuperação durante o mês, impulsionados pelo câmbio. Mas com a aproximação das colheitas da safra norte-americana de grãos na metade de setembro, a bolsa de Chicago começou a esfriar com a expectativa. A tendência é de que os negócios continuem em ritmo bastante lento no mercado interno, pelo menos até o final do ano, visto que muitos compradores já estão abastecidos. França explica que a única possibilidade de melhoria nos preços, seria mudanças nas taxas de câmbio, que pode ocorrer após o período de eleições. Porém, o consultor enfatiza que esta possibilidade é bastante remota.

Já para safra nova, há poucas fixações até o momento. Na média história, geralmente as negociações chegam a 20% neste mesmo período, enquanto não foi atingido nem 10% para esta safra. “O volume é baixo e justifica por conta de mercado com preços invertidos e baixos. Com o nível de preços indicados no ano que vem, com Chicago a U$ 10 (por bushel)ou U$ 10,50, realmente não é animador", explica França.

Por outro lado, há negócios na faixa dos R$ 58 por saca para a safra nova, preço que não tem animado os produtores. “Não é um preço de se jogar fora, que fecha a conta, que remunera o produtor. R$ 58 no (porto de) Paranaguá é o equivalente a R$ 50 no norte do Paraná e é um valor parecido com o Rio Grande do Sul e São Paulo. É um preço que dá pra começar a fazer continha porque não é desprezível", conta o consultor.

Para o ano que vem, o esperado são negócios com  margem de lucro mais apertadas, principalmente com o aumento considerável nos custos de produção. Para França ainda vale a pena plantar soja, mesmo para os produtores que enfrentam um frete mais caro. 

Por: João Batista Olivi // Sandy Quintans
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Terceira geração de família de agricultores deixa raízes no RS e parte para abrir terras em Juína, no Mato Grosso
Campeão do “Melhor História de um Agricultor” quis que sua história fosse exemplo para outras pessoas
Finalista do “Melhor História de um Agricultor” destaca honra e responsabilidade de contar história da família
Em Laguna Carapã/MS, lavouras de milho safrinha já devem registrar perda de produtividade depois de 15 dias de seca
Chuvas irregulares já interferem no potencial produtivo da safra de soja no RS mas produção ainda pode ser recorde no estado