DA REDAÇÃO: Com prêmios positivos para a soja, mercado segue descolado de Chicago

Publicado em 04/09/2014 13:52 e atualizado em 04/09/2014 18:11
Soja: Ritmo de comercialização antecipada é bem baixo e produtores optam por não fixar prêmios para a próxima safra. Mercado segue descolado dos valores praticados na bolsa de Chicago, o que é preocupante para os produtores. Para analista, mesmo com o mercado baixista, a demanda deverá equilibrar os preços futuramente e garantir renda ao produtor.

O ritmo de comercialização antecipada para a soja tem seguido lento em todo o Brasil. Segundo o consultor de mercado da SIMConsult, Liones Severo, com a chegada da safra norte-americana e com os prêmios positivos, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, o mercado real tem seguido descolado da bolsa de Chicago.  Para ele isto é uma preocupação, pois com esta separação o mercado acaba perdendo a referência de preços.

Nos Estados Unidos, os produtores chegam a receber U$ 4 por bushel acima dos valores de Chicago, enquanto no Brasil existem locais com preços de U$ 3 acima do valor da bolsa. Para Liones, o cenário é perigoso por não dar certezas em relação a mudanças no curto prazo.  “A indústria está fazendo grandes lucros com esse descolamento. É um padrão que está acontecendo há três anos e essa situação não é nada boa para a agricultura brasileira. Temos que descobrir meios, para o caso de Chicago não continuar representando o mercado, eu acho que vai continuar, porque toda a safra mundial é comercializada pela a bolsa”, explica o consultor.

Já em relação as vendas de soja futura, Liones afirma que não há necessidade de os produtores realizarem negócios para sair no prejuízo, já que se trata de um mercado importante e com demanda crescente, com cerca de 2/3 da soja é destinada ao mercado internacional.

O consultor também coloca que a importância da negociação da safra até a metade do ano, em junho, já que a partir deste período as atenções se voltam para a safra norte-americana. “Não adianta ter soja na origem pra chegar no mercado de consumo em três ou quatro meses. Isso não importa para o mercado de consumo por ser um produto que para eles não tem utilidade e isso não tem preço.  A não ser pela regionalização e pela expectativa de que a indústria venha a adquirir a soja velha dentro de preços razoáveis”, explica Severo.

Segundo Liones, a expectativa não é positiva caso Chicago não volte a representar o mercado e permaneça com a essa situação extra bolsa. Por outro lado, com a demanda expressiva, o produtor deverá ter renda para a próxima safra.

Por: Kellen Severo // Sandy Quintans
Fonte: Notícias Agrícolas

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