DA REDAÇÃO: Trigo - Em Passo Fundo (RS), aparecimento de brusone preocupa os produtores rurais
Na região de Passo Fundo (RS), o excesso de umidade tem favorecido o aparecimento de doenças nas lavouras de trigo. Em algumas localidades, há relatos do surgimento de brusone, giberela e ferrugem, que preocupam os produtores rurais. Além disso, as previsões indicam mais precipitações para a próxima semana que, se confirmadas, poderão agravar as condições das plantações.
Segundo o produtor rural e presidente da Associação dos Cerealistas do município, Dilermando Rostirolla, cerca de 30% de toda a produção da região já foi afetada e apresentam condições ruins. As chuvas excessivas são um problema desde o início da semeadura do cereal e, devido a esse cenário, a área de plantio estimada inicialmente não foi confirmada.
“No ano passado, tivemos uma safra ao redor de 3.350 milhões de toneladas e para essa safra, a projeção é que a produção fique próxima de 2.750 milhões de toneladas. Mas, ainda podemos ter uma redução, principalmente em relação à qualidade do cereal”, afirma Rostirolla.
Outra preocupação dos agricultores é a comercialização do produto, uma vez que as cotações recuaram de R$ 700,00 a tonelada, para R$ 470,00 a tonelada. E com esse valor, os produtores não conseguem cobrir os custos de produção que são altos. Diante desse cenário, já há perspectiva que na próxima safra haja uma redução na área destinada ao grão.
“E agora temos o primeiro leilão de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) que será realizado na próxima terça-feira (7). Mas, a medida chegou tarde, o Governo deveria ter tentado socorrer os produtores antes. Sem contar que a retirada da TEC, para importação do produto fora do Mercosul, prejudicou a nossa comercialização”, destaca o produtor.
Milho
No caso do milho, a redução na área é uma realidade, já que, nesta safra cem torno de 30% da área deixou de ser cultivada com o grão. Atualmente, a saca é cotada a R$ 21,00, porém, deixa uma margem ajustada aos agricultores.
Já a soja deverá começar a ser plantada a partir do dia 15 de outubro e os trabalhos nos campos devem se intensificar em novembro. “Mas as negociações estão paradas, já tivemos soja a R$ 70,00 (saca) no disponível e agora temos entre R$ 52,00 a R$ 53,00. Estamos em um momento ruim”, ressalta Rostirolla.