Soja: Retomada do dólar nesse final da semana pode ser diferencial para os preços no Brasil, mas negócios seguem travados

Publicado em 30/01/2015 09:09
Soja: Negócios seguem travados no Brasil diante do mercado caminhando de lado na Bolsa de Chicago. Tentativa de retomada do dólar pode ser um diferencial para o produtor brasileiro nesse momento. No milho, atenção se volta para os elevados estoques de passagem do Brasil.

O clima no Brasil, o tamanho da próxima safra americana de soja e a recomposição dos estoques dos Estados Unidos são os fatores decisivos que vão influenciar o mercado nos próximos meses, de acordo com Camilo Motter, economista da Granoeste Corretora de Cereais.

“Os estoques americanos vão ditar muito do preço pela frente. A recomposição dos estoques dos EUA, mais do que o global, é o grande fator de baixa no mercado nos últimos seis ou sete meses. Outro ponto é o tamanho da safra norte americana 2015/2016, cujo plantio acontece em maio. A projeção indica um aumento de área de soja e redução de milho, o que é negativo pro mercado. Mas para mim, o fator mais preponderante é o clima no Brasil, principalmente falando a curto prazo. Tendo um apanhado geral do que se passa no Brasil hoje, nós temos muitas irregularidades climáticas e perdas constatadas em diversas regiões.”

Camilo Motter também faz uma análise do mercado no mês de janeiro e pegou como exemplo o cultivo da soja, que está em baixa em relação ao começo do ano. “O mês de janeiro sempre é um mês muito negativo. Se a gente analisar historicamente, a cada dez anos a entrada da safra, tanto nos EUA quanto na América do Sul, sempre é um ponto negativo. Quer dizer, quando tem produto novo chegando depois do período de entre safra, essa oferta nova é um elemento de pressão sobre o mercado e não está sendo diferente esse ano com a chegada da safra sul-americana. Janeiro começou com forte alta, o mercado bateu de R$ 10,50 a R$ 10,60 e agora caiu para patamares de R$ 9,70 a R$ 9,80. Ou seja, 90 a 100 pontos por bushel abaixo daquele melhor momento que tivemos no ano”.

“Depois dessa semana todo janeiro se constituiu em momentos de perda, de pressão sobre o mercado, combinado internamente com a queda do câmbio. As medidas adotadas pelo governo caminham na direção de uma equalização desses desequilíbrios na área fiscal e na área de controle de preços. O que nós estamos vendo é um mercado sem direção. Ontem ele trabalhou nas duas pontas da tabela com movimentos muito pequenos e hoje, nesse momento, ligeiramente positivo. Estamos entendendo que as notícias das irregularidades climáticas no Brasil começam a chegar no mercado internacional e se ainda não consegue impulsionar o mercado positivamente, elas pelo menos dão uma certa sustentação nesses patamares para que não caia ainda mais”.

Por: Lucas Mayer
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Terceira geração de família de agricultores deixa raízes no RS e parte para abrir terras em Juína, no Mato Grosso
Campeão do “Melhor História de um Agricultor” quis que sua história fosse exemplo para outras pessoas
Finalista do “Melhor História de um Agricultor” destaca honra e responsabilidade de contar história da família
Em Laguna Carapã/MS, lavouras de milho safrinha já devem registrar perda de produtividade depois de 15 dias de seca
Chuvas irregulares já interferem no potencial produtivo da safra de soja no RS mas produção ainda pode ser recorde no estado