Irrigação: No RS, aumento de 28,7% na taxa de energia elétrica já preocupa os produtores e irá encarecer em 20% os custos de produção

Publicado em 02/03/2015 13:46
Irrigação: No RS, aumento de 28,7% na taxa de energia elétrica já preocupa os produtores e irá encarecer em 20% os custos de produção. No estado, cerca de 1,4 milhão de hectares são irrigados. Além disso, a elevação na energia deverá desestimular futuros investimentos em irrigação. No caso do milho, custos podem ficar mais altos em até 5 sacas do grão por hectare.

A partir desta segunda-feira (2), os brasileiros irão pagar mais caro pela energia elétrica. No Sul do país, o aumento na taxa é de 28,7%, em média, o que já preocupa os produtores rurais gaúchos, especialmente, os que utilizam a irrigação. Devido ao clima instável, de cada dez anos, em sete são registrados estiagens, os agricultores investem no mecanismo para garantir a produção.

De acordo com presidente da Comissão de Irrigantes da Farsul (Federação de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul), João Augusto Telles, ao todo são mais de 1,4 milhão de hectares irrigados em todo o estado. Porém, com a situação, a perspectiva inicial é que haja uma redução dos futuros investimentos em irrigação, já que o aumento irá encarecer em 20% os custos de produção.

“O RS vinha em passos largos na irrigação, o produtor estava sendo incentivado, para garantir a produção e produtividade. Hoje, os que conseguem em uma renda irá reduzir devido ao aumento nos custos. Isso nos preocupa, já que, em casos, pode inviabilizar a produção agrícola”, destaca o presidente.

Por outro lado, o aumento também terá que ser repassado mais adiante, o que deverá encarecer os alimentos nas mesas dos consumidores. No Rio Grande do Sul, cerca de 100% das lavouras de arroz são irrigadas e de milho, boa parte também utiliza o mecanismo. “Podemos ter uma produtividade menor no caso do cereal, por conta desse cenário”, ressalta Telles.

Em contrapartida, o presidente ainda destaca que, a federação está trabalhando e tentando sensibilizar o Governo do impacto no setor. “As indústrias podem deixar para fabricar amanhã, ou na próxima semana. Já as lavouras precisam ser irrigadas naquele exato momento, as plantações não podem esperar”, finaliza o presidente.

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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