Dólar atinge R$3,17 na manhã dessa terça-feira com quadro político e econômico no Brasil carregado de incertezas

Publicado em 10/03/2015 13:28
Dólar atinge R$3,17 na manhã dessa terça-feira com quadro político e econômico no Brasil carregado de incertezas

O dólar atingiu os R$ 3,17 na manhã dessa terça-feira (10), depois de fechar a segunda-feira com uma grande alta de R$ 3,12, pressionado pela realidade fiscal do país e as incertezas no cenário político econômico.

"As questões externas pesaram um pouco no começo da semana, por conta dos números no mercado de trabalho dos Estados Unidos, que acabaram abrindo a possibilidade de uma elevação nos juros. E toda vez que você tem uma sinalização mais concreta que os juros vão subir nos Estados Unidos há uma reação do mercado, no sentido de elevação do dólar", explica o economista, Jason Vieira, que considera que a desvalorização do câmbio ainda é muito maior que a queda do dólar.

Para ele, falta coordenação política no Brasil para estudar as possibilidades de questões do ajuste fiscal - cenário que ainda está muito em aberto. Dessa maneira, a grande preocupação do mercado está nas incertezas no cenário político, haja vista que existem diversas propostas para serem aprovadas pelo Congresso, no entanto há receio que nem todas as medidas importantes sejam aprovadas.

"Estamos em uma situação que realmente precisamos de um ajuste fiscal, foram erros cometidos pelo governo no passado, onde se buscou de maneira muito excessiva - por parte do governo - o estimulo ao consumo, em momentos que se trabalhava com taxas de juros muito elevados, e isso por fim levou a elevação dos custos e a competitividade. Até a própria redução dos IPI's acabou forçando os custos da indústria, apesar da redução dos impostos. E o cenário agora mostra que o Brasil está acima de tudo com baixa competitividade", explica.

Nesse contexto, mesmo que haja melhora no câmbio - segundo o economista - ainda não resolve totalmente o panorama e o cenário internacional. A solução, neste caso, seria o ajuste fiscal, mesmo com os eventuais efeitos colaterais para os setores produtivos.

Para ele, ao contrário do que declara a presidente Dilma Rousseff, os fundamentos da economia e as reservas do país não estão solidas, já que "temos uma inflação muito pesada e baixa aderência em políticas monetárias - tanto que temos os juros subindo e a inflação também - e subindo mais juros a ponto de gerar uma recessão para conter as altas dos preços”, explicou.

No dólar, o cenário não permite uma projeção por conta da situação imponderada, - ou seja, o mercado operando através de temores - fica muito difícil mensurar até que ponto o dólar pode ir, e só depois de uma situação mais estável "será possível fazer uma perspectiva, fora isso fugimos da parte técnica e vamos para a previsão", completou.

No entanto, os aspectos mostram uma tendência altista do dólar, e os produtores que realizam exportação podem aproveitar essa valorização, caso já tenham seus produtos acabados e com a matéria prima em valores anteriores, haja vista que os custos de produção também encarecem com o dólar.

 

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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