EXCLUSIVO: USDA reduz estoques finais do mundo e dos norte-americanos
As cotações explodem na Bolsa de Chicago depois do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgar seu relatório de estoques. Muito altista, ele reduz a safra de grãos dos norte-americanos e para as negociações no limite de alta na Bolsa, enquanto negócios em paralelo, que incluem hedge nas opções mostram preços ainda mais altos.
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Sobre as projeções nas produções mundiais da safra 2010/11, segue que:
- A produção mundial total da soja reduz de 259,92 milhões/t para 255,26 milhões/t, enquanto para o milho aumenta de 810,97 para 819,65 milhões/t;
- Nos Estados Unidos, a soja reduz de 95,011 mi/t para 94,793 mi/t. Para o milho, redução de 334,277 mi/t para 321,678 mi/t;
- No Brasil, a safra de soja projeta redução de 69 mi/t para 67 mi/t. A de milho deverá reduzir de 56,10 mi/t para 51 mi/t;
- Para a Argentina, o USDA projeta redução de 54,50 mi/t para 50 mi/t. Para a safra de milho, aumento de 22,50 mi/t para 25 mi/t;
- A safra de soja da China deve ter redução de 14,70 mi/t para 14,40 mi/t.
Dos estoques finais:
- Para a soja, em nível mundial, existe um aumento de 60,44 mi/t para 61,42 mi/t. Quanto ao milho, reduz de 148,07 mi/t para 132,36 mi/t, dado fundamento que revirou o mercado;
- Quanto os estoques americanos da soja, o USDA reduz de 9,526 mi/t para 7,212 mi/t e de 28,348 para 22,912 mi/t para os estoques finais de milho.
Na produtividade das safras 2010/11 dos Estados Unidos, a redução deverá ser de 50,10 sacas/hectares para 49,77 sacas/hectares da soja e do milho de 169,99 sc/ha para 162,98 sc/ha.
O analista da XP Investimentos, Ricardo Lorenzet, avalia que o relatório assustou as projeções iniciais dos mercados para com a disponibilidade de grãos global, uma vez que a demanda mundial está muito aquecida.
No início da tarde, as informações altistas elevaram as negociações no limite de alta em Chicago, quando a soja já bateu 70 pontos e o milho, 60 pontos. Para não parar o mercado, os negócios continuam no paralelo, em operações de hedge e opções, onde a soja bate alta de mais de 20 pontos e o milho, mais de 30 pontos. No embarque da alta, todas as outras commodities agrícolas seguiram a alta.
O mercado agora deverá ficar atento para com o clima nas safras da América do Sul, previstas para serem iniciadas nos próximos meses. No Brasil, os produtores estão de olho na janela e com as plantadeiras posicionadas para começar o plantio. Uma vez que o clima será influenciado este ano pelo fenômeno La Niña, com períodos mais secos, a preocupação assola o mundo.
Lorenzet acredita que as cotações poderão subir mais 2 dólares para soja e mais 3 dólares para o milho, já que qualquer risco maior com falta de produtividade e redução de estoques, afeta o fator fundamental da demanda.
Com as explosões das altas, os fundos especulativos tendem a atuar cada vez com mais força sobre as cotações agrícolas. Portanto, são eles que trazem a volatilidade dos preços, derrubando-o a qualquer reflexo de números mais altos. A dica do analista para o produtor brasileiro é para que ele atente aos atuais número e começa a travar negócio no mercado de opções para assegurar as os lucros futuros.