EXCLUSIVO: USDA eleva cotações em Chicago com números baixos sobre o acompanhamento das safras mundiais
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) divulgou hoje novos dados de acompanhamento das safras e estoques mundiais, mas não surpreendeu o mercado que já esperava por redução nos números. No pregão da Bolsa de Chicago, a soja trabalha acima de 13 dólares por bushell, mais de 50 cents de alta, e o milho comporta-se com cautela, mas com três vencimentos acima de 6 dólares por bushell.
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Os números trazem redução na produção da soja norte-americana estimada em 92,752 milhões de toneladas para 91,854 mi/t, resultando nos estoques finais em 5,035 mi/t ante 7,212 mi/t, suficientes para abastecer por 20 dias o consumo interno do país. A produção do milho passa a 318,52 mi/t ante 321,67 mi/t previstos e os estoques finais reduzem de 22,91 mi/t para 21,07 mi/t.
Outras reduções para a produção da soja anunciadas pelo USDA são: do Brasil (de 69 mi/t para 67,50), Argentina (54,5 mi/t para 52 mi/t), China (14,7 mi/t para 14,4 mi/t) e a mundial (259,92 mi/t para257,36). Ainda para a soja, a projeção aumenta os estoques finais do mundo de 60,44 mi/t para 61,41 mi/t, ante uma demanda altista vinda da China de 50,34 mi/t para 57 mi/t.
Para o milho, os números são ainda mais desanimadores. Na produção dos Estados Unidos, cai de 321,67 mi/t para 318,52 mi/t e seus estoques finais caem de 22,91 mi/t para 21,07 mi/t. NO âmbito internacional de produção, o Brasil reduz de 56,10 mi/t para 51 mi/t; a Argentina aumenta de 22,50 mi/t para 25 mi/t. A produção mundial deve aumentar de 813,64 mi/t para 818,52 mi/t, enquanto o estoque final do mundo cai para 129,16 mi/t ante 147,95 mi/t.
Segundo Ricardo Lorenzet, analista da XP Investimentos, o ponto que mais chamou a atenção do mercado foi na redução dos estoques finais dos Estados Unidos frente a incerteza sobre a produção das safras da América do Sul em 2011. O cenário mostra que durante o curto e médio prazo, todas as commodities agrícolas terão suas cotações sustentadas no mercado internacional e fortalecidas no mercado interno, bem como, uma demanda consistente vinda de país da Ásia, principalmente.
O analista deixa em alerta aos produtores que venderam seus produtos antes da alta que trabalhe com negociações no mercado futuro porque a desvalorização do dólar frente as outras moedas internacionais, eleva o mercado das commodities alimentares pelos fundos. “A percepção atrelada ao mercado de opções (no futuro) se confirma nesse momento e cada vez mais o produtor tem que estar de olho porque o cenário não é só para o próximo ano, mas sim para os próximos 10 anos”.