EXCLUSIVO: Medidas do governo chinês derrubam o mercado das commodities agrícolas em Chicago

Publicado em 12/11/2010 12:42 e atualizado em 12/11/2010 15:26

 

Semana encerra com movimentos excepcionais para os grãos na Bolsa de Chicago (CBOT). Após a bolha das commodities que estourou na terça-feira (09), engatilhada pelo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que mostrou perda de produção da soja dos americanos, estoques baixos e demanda da China crescente. Hoje, perdas acentuadas regem o pregão da tarde, com o vencimento maio registrando até 40 cents de queda, a US$ 13,07 e novembro perdendo o suporte de US$ 13,00 por bushell. A volatilidade é causada por medidas tomadas pela China para conter a inflação durante esta madrugada.

<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

 

A Bolsa de Xangai perder mais de 5%, maior queda do ano registrada em apenas um dia, mostrando que qualquer movimento econômico da China mexe drasticamente com o mercado, principalmente onde os fundos estão mais posicionados, que atualmente são nas commodities, principalmente agrícolas. Portanto, hoje o movimento é forte na liquidação desses fundos especuladores.

 

Ricardo Lorenzet, analista da XP Investimentos, lembra que a alguns dias atrás, o mercado das commodities agrícolas já vinham dando sinais que a qualquer momento esta situação poderia ocorrer. A vulnerabilidade começou quando o dólar voltou a se valorizar frente às principais moedas globais, em especial o euro que perdeu com a volta da crise fiscal européia; a alta das commodities não acompanha o movimento de compra dos fundos com a mesma intensidade há três semanas; e, não menos importante, a China dando sinal de que poderia enfraquecer suas compras.

 

Regido pelo cenário fundamental de sustentação de preços, onde a demanda chinesa, a briga por área a ser plantada na próxima safra dos Estados Unidos e o risco com as safras da América do Sul continuam e essa falta de novidade abre espaço para os fundos realizarem seus lucros sobre as compras a qualquer momento de forma significativa.

 

Ainda não é possível definir se o mercado internacional dos grãos chegou no limite dos seus preços, mas o analista afirma que há tempo para o produtor se precaver e posicionar suas vendas no mercado futuro a fim de conseguir rentabilidade. “O mercado não sobe indefinidamente. Isso é importante que o produtor saiba e acertar o topo é difícil”, diz ele.

Por: João Batista Olivi e Juliana Ibanhes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Terceira geração de família de agricultores deixa raízes no RS e parte para abrir terras em Juína, no Mato Grosso
Campeão do “Melhor História de um Agricultor” quis que sua história fosse exemplo para outras pessoas
Finalista do “Melhor História de um Agricultor” destaca honra e responsabilidade de contar história da família
Em Laguna Carapã/MS, lavouras de milho safrinha já devem registrar perda de produtividade depois de 15 dias de seca
Chuvas irregulares já interferem no potencial produtivo da safra de soja no RS mas produção ainda pode ser recorde no estado