DA REDAÇÃO: Certificação européia pode ser barreira aos produtos brasileiros

Publicado em 07/07/2011 14:41 e atualizado em 08/07/2011 16:38
Após missão pela Europa, Aprosoja vê problemas com exigência da certificação no Brasil. Falta um Código Florestal para agricultura como um todo que acompanhe a demanda internacional sem comprometer a renda do produtor.
Diretores da Aprosoja estiveram, na semana passada, em missão de 15 dias pela Europa com objetivo de defender a soja brasileira. Lá, eles perceberam que a certificação européia RTRS pode representar um entrave não só para a soja, como para os demais produtos do Brasil.

As exigências dessa certificação podem ser severas para o agricultor brasileiro. Em conversa com pesquisadores da universidade de Haia, na Holanda, foi defendido que a certificação não pode exigir coisas que o país não tem. O ideal seria uma “certificação mundial, que tivesse as mesmas exigências para todos”. A preocupação aumenta porque já existe o compromisso de, até 2015, a Europa só comprar produto certificado, principalmente para ração.

"Na China não tem legislação trabalhista nenhuma, agora que eles conseguiram 4 dias de férias não-remuneradas; não tem APP; não tem reserva legal. Aqui no Brasil, é uma imensidão de exigências, não da pra cumprir todas, não dá para conseguir essa certificação”, disse o presidente da associação, Glauber Silveira fazendo uma comparação entre o Brasil e a nação asiática.

Esse cenário desequilibra as condições de competição do Brasil no exterior, ainda mais com o governo europeu fornecendo um expressivo valor em subsídios para o produtor local não deixar de plantar. Uma das soluções para isso é a profissionalização. Apesar de o governo brasileiro possuir 6 ou 7 adidos agrícolas pelo mundo, Glauber  acredita que o Brasil precisa se profissionalizar ainda mais. “O que está se fazendo ao redor do mundo é colocar barreiras comerciais ao Brasil, usando esse artifício da questão ambiental , isso me preocupa”, explica.

Sobre o financiamento por parte de multinacionais concorrentes do mercado brasileiro a ONGs ambientalistas internacionais, o presidente se indigna.  “Olha o absurdo, o Brasil, apesar de ter a produção agrícola mais sustentável do mundo, vai ser a única não certificada”.

Por: João Batista Olivi e Fernanda Cruz
Fonte: Notícias Agrícolas

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