DA REDAÇÃO: Preços para citricultura recuam e contratos do ano passado valem mais
Embora não haja estatísticas oficiais, Margarete Boteon, pesquisadora do Cepea, avalia que a maior quantidade de produtores que fizeram seus contratos antecipadamente é de médio e grande porte, representando, proporcionalmente, um volume considerável entre os produtores de laranja.
Os que ainda estão negociando com a indústria optam, majoritariamente, por contratos menores e esporádicos, esperançosos de que o preço suba. Mas, isso não tem ocorrido nas últimas semanas, devido à grande oferta de laranja e à Linha Especial de Crédito (LEC) para a citricultura, criada pelo governo federal com objetivo de estocar suco de laranja. A LEC estabelece que o pagamento mínimo ao produtor deve ser R$10 e as indústrias acrescentam uma participação mínima no valor de R$0,50.
O problema é que a indústria tem utilizado a LEC apenas como referência de preços, em vez de realizar a estocagem a fim de evitar grandes oscilações nas cotações entre uma safra e outra. O montante liberado pelo governo seria suficiente para estocar 120 mil toneladas e se isso fosse realmente feito seria uma boa forma de estabilizar as cotações.
Boteon destaca que a LEC é uma política de escoamento de estoque que poderia servir como controle de mercado, de fato, benéfico para o produtor. “O problema é a indústria pegar esse dinheiro, não estocar e pagar preço LEC para o produtor”, diz a pesquisadora.