DA REDAÇÃO: Preços para citricultura recuam e contratos do ano passado valem mais

Publicado em 22/07/2011 12:13 e atualizado em 26/07/2011 07:36
Citros : Setor tem visão distorcida do programa de incentivo à formação dos estoques de suco de laranja. O que deveria estar em pauta seria a utilização, por parte das indústrias, dos recursos disponibilizados para garantir estoques e não a indicação de um preço mínimo pago ao produtor.
Produtores de laranja que acertaram contratos a preços do ano passado para a atual safra fizeram um bom negócio. Além de receber entre R$14 e R$15 por caixa, eles ainda aproveitam a produtividade elevada da fruta neste ano. Já os agricultores que estão negociando agora, faturam cerca de R$5 a menos.

Embora não haja estatísticas oficiais, Margarete Boteon, pesquisadora do Cepea, avalia que a maior quantidade de produtores que fizeram seus contratos antecipadamente é de médio e grande porte, representando, proporcionalmente, um volume considerável entre os produtores de laranja.

Os que ainda estão negociando com a indústria optam, majoritariamente, por contratos menores e esporádicos, esperançosos de que o preço suba. Mas, isso não tem ocorrido nas últimas semanas, devido à grande oferta de laranja e à Linha Especial de Crédito (LEC) para a citricultura, criada pelo governo federal com objetivo de estocar suco de laranja. A LEC estabelece que o pagamento mínimo ao produtor deve ser R$10 e as indústrias acrescentam uma participação mínima no valor de R$0,50.

O problema é que a indústria tem utilizado a LEC apenas como referência de preços, em vez de realizar a estocagem a fim de evitar grandes oscilações nas cotações entre uma safra e outra. O montante liberado pelo governo seria suficiente para estocar 120 mil toneladas e se isso fosse realmente feito seria uma boa forma de estabilizar as cotações.

Boteon destaca que a LEC é uma política de escoamento de estoque que poderia servir como controle de mercado, de fato, benéfico para o produtor. “O problema é a indústria pegar esse dinheiro, não estocar e pagar preço LEC para o produtor”, diz a pesquisadora.

Por: Aleksander Horta e Fernanda Cruz
Fonte: Notícias Agrícolas

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