DA REDAÇÃO: Embrapa comprova que estresse hídrico aumenta qualidade e produtividade do café

Publicado em 09/08/2011 13:54 e atualizado em 09/08/2011 17:54
Café: após 11 safras, Embrapa desenvolve sistema de uso controlado do estresse hídrico e aumenta em 50% produção de grão cereja. Corte na irrigação no período mais seco estimula cafezais a produzir mais e em melhor qualidade através de floradas reduzidas no ano.
Cafeicultores do cerrado de Minas Gerais e da Bahia podem melhorar a produtividade e a qualidade da sua produção com o sistema de estresse hídrico controlado, desenvolvido pela Embrapa.  A técnica consiste em suspender a irrigação durante a época mais seca do ano, de 24 de junho a 4 de setembro,  a fim de controlar a floração e fazer com que ela ocorra num período em que a condição climática seja a mais favorável possível. Dessa forma, tem-se um melhor aproveitamento do trabalho da planta, com maior enchimento de grãos na florada.

Com isso, em vez de estimular até cinco floradas por ano, os produtores as reduzem para uma única, porém mais exuberante e uniforme. Os resultados são 85% de grãos cereja, no mínimo, além de aumento da produtividade em 15%, redução em 35% nos gastos com água e energia e incremento de 50% na produção de grão cereja.

No total, foram 11 anos de pesquisas para chegar nesses números. A técnica foi aplicada junto aos produtores rurais, tanto em chácaras pequenas de 15 hectares como em grandes fazendas de 1.500 hectares, sem contar os testes em formato experimental.

Como resultado, muitos problemas do sistema tradicional de plantio do café também foram amenizados. Alguns exemplos são as floradas que não tinham enchimento completo dos grãos e muita incidência de grãos bóia, que, muitas vezes, caiam no chão e umedeciam, ficando ardidos e impróprios para o consumo.

Além do Cerrado, a técnica tem sido usada com sucesso em outras áreas, como no sul de Minas Gerais. Lá, o sistema reduziu para duas a quantidade de floradas, obtendo 60% de grãos cerejas na colheita.

Colheita Mecanizada
Antes do estresse hídrico controlado, a colheita mecanizada era feita, primeiramente, da parte superior do pé de café; depois do lado voltado para o sol e, por último, de toda a planta. Então, eram necessárias três passadas de máquina para retirar o máximo de café, obtendo-se de 30 a 35% do grão cereja.

Já com o novo sistema, a máquina, em uma única passada, retira todo o grão da planta de café, reduzindo em 40% o uso mecânico na colheita.

Por: João Batista Olivi e Fernanda Cruz
Fonte: Notícias Agrícolas

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