Preço do feijão carioca tem nova alta com comercialização travada em MG após operação contra sonegação e oferta compassada em SP

Publicado em 30/11/2018 11:24
Carioca em SP é negociado entre R$ 170,00 e R$ 180,00 por saca
Marcelo Eduardo Lüders - Presidente do IBRAFE

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Entrevista com Marcelo Eduardo Lüders - Presidente do IBRAFE sobre o Mercado do Feijão

 

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A Receita Federal em conjunto com a Receita Estadual, Ministério Público Estadual e Polícias Militar e Civil de Minas Gerais deflagraram a Operação Ceres para atuar no combate à sonegação de impostos no comércio de grãos do estado. As repercussões dessas investigações levaram uma diminuição do mercado de feijão na região.

 “Não se sabe ainda o quanto isso vai atingir os produtores, mas o mercado em si sofreu com esse fato. O produtor vende sua produção para um agente de compras que indica para quem deve ser feira a nota fiscal e essas empresas acabam, as vez, não recolhendo todos os impostos. O produtor não tem como saber exatamente o que acontece lá no final, até porque não há vantagem nenhuma do produtor ter atuado nessa rede. Está todo mundo focado em dar as devidas atenções aos agentes públicos fornecendo todas as informações necessárias e os negócios ficam um pouco de lado”, diz Marcelo Eduardo Lüders, presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe).

Esse cenário em Minas Gerais faz com que o preço da saca de feijão carioca gire em torno de 170/180 reais em praças como São Paulo e deixa no ar a expectativa de ainda mais valorização devido ao aumento da procura pelo produto. “A maior parte da alta já aconteceu, mas temos a possibilidade de ainda poder acontecer alguma alta. Então fala-se que o mercado pode chegar a R$ 200,00 com mais alguns percalços no caminho, quando se tem um pouco mais de chuva atrapalha a colheita do Paraná por exemplo. Como a maior quantidade da safra vai acontecer em janeiro, o preço pode recuar a partir de lá, mas nesse meio tempo o produtor está ganhando e deve ir vendendo antes que chegue essa baixa”, opina Lüders.

Com esse cenário positivo para o mercado do feijão, as atenções dos produtores já podem ir ao poucos mudando para a safrinha, que será plantada no mês de fevereiro. O presidente do Ibrafe aponta algumas opções para o produtor trabalhar neste momento. “Minas Gerais e Goiás já um histórico de desenvolvimento do feijão mungo, assim como Bahia e Mato Grosso, que é plantado já com o contrato acertado entre 50 e 60% do valor fixo e essa é uma dica legal para a safrinha que será plantada no final de fevereiro. É interessante que, na medida do possível, vão tomando mais conhecimento do grão de bico que ainda vai ser uma cultura muito importante do Brasil, na medida que vamos diminuindo nossa dependência das importações. Tudo indica também que o ano que vem será de melhores preços para os feijões caupi, tumucumaque, nova era e o imponente, que são feijões da Embrapa que são plantados no mês de fevereiro”.

Por: Aleksander Horta e Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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