Geada evita que excesso de oferta durante o pico de colheita da 2ª safra de feijão pressione cotações do carioca

Publicado em 12/07/2019 12:24
Com possibilidade de menor oferta no último trimestre , produtor deve ter calma e evitar concentração de oferta ao longo dessa segunda safra
Marcelo Eduardo Lüders - Presidente do IBRAFE

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Entrevista com Marcelo Eduardo Lüders - Presidente do IBRAFE sobre o Mercado do Feijão

 

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O mercado do feijão apresentou melhora nas cotações nestes últimos dias impulsionadas pelos reflexos das geadas do último final de semana, em especial nas áreas produtoras do estado de São Paulo. Quem explica essa movimentação é Marcelo Eduardo Lüders, presidente do IBRAFE (Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses).

“A geada não afeta o feijão que está pronto e sendo colhido no noroeste de Minas Gerais e em Goiás, mas cria a perspectiva de que o feijão de São Paulo que seria colhido no mês de setembro acabe sendo colhido mais tarde, entre outubro e novembro. Isso dá maior segurança para os produtores que tem o produto em mão negociarem mais lentamente”, diz Lüders.

Segundo o presidente do IBRAFE, houve uma valorização entre 6 e 7% nas cotações, com o feijão carioca extra sendo negociado por R$ 155,00 em Minas Gerais, dependendo da cor e qualidade dos grãos. Já em Goiás, os preços ficam entre 145 e 150 reais.

Outro impacto desse possível atraso na colheita do feijão em função das geadas, é que o produtor vai conseguir distribuir melhor a oferta do produto, escapando da concentração no mesmo momento de colheita. Assim, os produtores podem aproveitar meses que costumam ter preços melhores para negociar sua produção.

A comunicação entre os produtores também está ajudando com que os negócios sejam fechados em patamares melhores. De acordo com Lüders, os produtores de feijão estão conversando para saber o que está sendo feito pelos outros e balizando seus preços nessas tendências.

“A referência do mercado tem sido aqui que acontece no campo durante o dia. Se pela manhã começa a aparecer nos grupos que tem produtor vendendo a R$ 150,00 ele passa a não aceitar menos do que isso”, comenta.

Confira a íntegra da entrevista com o presidente do IBRAFE no vídeo.

Por: Aleksander Horta e Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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