Sinal de alerta na avicultura com alta de 15% no custo de produção neste início de ano. Produtores já trabalham com prejuízos

Publicado em 13/01/2016 12:40
Avicultores devem regular oferta na tentativa de elevar preços pagos. Alta do milho é o principal motivo da elevação dos custos

Os preços do milho e do farelo de soja tiveram uma disparada em diversas regiões do Sul e Sudeste que tem refletido em aumento nos custos de produção. Neste inicio de ano a alta já chega a 15% e muitos produtores trabalham com prejuízo.

Assim como ocorreu com as vendas externa de carne de frango in natura, as exportações de milho também foram recordes em 2015, impulsionando o preço do cereal. Na região de Campinas, em São Paulo, a saca de 60 quilos está cotada entre R$ 42,00 a R$ 45,00.

Segundo o presidente da APA (Associação Paulista dos Avicultores), Érico Pozzer, há relato de produtores com dificuldade de adquirir a matéria prima, muito em função da retenção dos agricultores no mercado na expectativa de novas altas nos preços.

"Em função de uma safra de verão um pouco menor o mercado fica especulado, e com uma grande contribuição das exportações que estão pagando um preço bastante elevado", explica Pozzer.

Desde dezembro os avicultores de São Paulo já trabalham com custos em torno de R$ 2,60 a R$ 2,70 por quilo e preços do milho entre R$ 32,00 a R$ 34,00 a saca. Depois da puxada de preço do cereal em janeiro, o custo com a reposição do frango vivo passou para R$ 2,80 a 2,90/kg, ou seja, um aumento de 15%.

Com a alta, muitos avicultores já trabalham no vermelho neste inicio, considerando que os últimos levantamentos de preço para o frango vivo em São Paulo apontam o quilo do animal vivo pago ao produtor independente em R$ 2,80.

"Quem estava com planos de crescer muito esse ano, pode ser que reavalie e não cresça. Com um impacto desse é impossível que o setor se mantenha alheio a isso", destaca Pozzer.

Neste sentido, o presidente alerta que os produtores devem regular a oferta nos próximos meses para não causar quedas mais bruscas nos preços, e tentar elevar a cotação.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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