Suinocultor catarinense tem prejuízo de R$ 250,00 por animal vendido no mercado independente

Publicado em 19/05/2022 15:40
Excesso de oferta puxa os preços do animal para baixo e custos de produção elevados fazem com que a conta não feche
Losivânio de Lorenzi - Presidente ACCS

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Entrevista com Losivânio de Lorenzi - Presidente ACCS sobre o Mercado dos Suínos

O recuo nos preços da suinocultura independente no Brasil é generalizado e, especificamente em Santa Catarina, o produtor que comercializa os animais nesta modalidade tem um prejuízo de R$ 250,00 por animal vendido, segundo o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi.

Ele pontua que o que o fator que tem derrubado os preços nas principais praças produtoras é o excesso de oferta. "Os suinocultores aumentaram desordenadamente a produção quando a China atingiu o pico de escassez de carne suína por causa da Peste Suína Africana, entre 2019 e 2020, e agora estão pagando o preço disso", lamenta. Com a China recuperando o plantel e a produção local da proteína, as importações do produto brasileiro têm diminuído em volume e, principalmente, no preço pago. 

Mesmo neste mês de maio, quando houve leve melhora na primeira semana e se esperava boas vendas pela celebração do Dia das Mães, uma das principais datas para o setor, o excesso de oferta e a demanda fraca não deram suporte e os preços desabaram.

Soma-se a isso os altos custos de produção, liderados pela alimentação dos animais (baseada em milho e farelo de soja), além dos gastos com combustível, energia elétrica, pessoal, entre outros. 

Como a conta não fecha, Losivanio relatou há alguns meses que havia um movimento de migração de suinocultores saindo do mercado independente e buscando a integração. Entretanto, ele relata agora que o sistema integrado já não comporta mais produtores, e inclusive têm colocado animais para vender no mercado independente.

"Os suinocultores, de forma geral, precisam se unir para enxugar o plantel, e acredito que se isso acontecer, entre três a quatro meses começa a haver algum sinal de melhora, e em oito a 12 meses a situação deve se estabilizar", afirmou.

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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