Soja: No Brasil, comercialização segue em ritmo mais lento com mercado caminhando de lado na CBOT e dólar baixo

Publicado em 23/04/2015 10:46
Soja: No Brasil, comercialização da soja segue em ritmo mais lento com mercado caminhando de lado na CBOT e dólar baixo. Produtores enfrentando realidades diferentes por todo o Brasil, com alguns locais apresentando melhores preços no mercado interno do que nas exportações. Clima nos EUA segue no foco dos investidores internacionais.

Sem grandes variações climáticas que possam alterar o plantio de milho e soja nos Estados Unidos, o mercado segue estável, sem muitas variações nos preços.

Até o último dia 20 de abril já tinham sido cultivados 7% da área destinada ao plantio de milho. Contudo, Mario Mariano, analista da Novo Rumo Corretora, afirma que esse cenário é insuficiente para que o mercado alcance um equilíbrio, com isso "os produtores de milho que estiverem mais atrasados nas suas plantações, provavelmente poderam 'pular' para o plantio de soja.", segundo ele esse movimento ainda não é comprovado pois a janela de plantio ainda é favorável.

Enquanto não há definições sobre o clima, o mercado pode se voltar a outros aspectos como a gripe aviária tem que tomado proporções de epidemia nos Estados Unidos. Até o momento, 5 estados já registraram casos da doenças, sendo Iowa - maior produtor de ovos do EUA – o mais atingido.

"Os comentários que temos ouvido mais frequente no mercado físico norte americano, é que as empresas compradoras de milho para a produção de ração estão com certa preocupação, e buscando algumas alternativas. Temos visto que as alternativas mais imediatas seria o mercado do sorgo, que está mais barato. Talvez essa competitividade de outros grãos para a formação de café, tenha na sua composição o objetivo de baratear, porque a demanda para rações tem diminuído bastante em função da gripe aviário", afirma Mariano.

Contudo, essa redução de demanda por conta da gripe aviária é pequena. A diminuição na procura da China pela soja acabada tem sido mais significativa no mercado, já que a soja esmagada dá mais margem à indústria, mas o volume embarcado tem caído nos últimos meses.

Sendo assim, Mariano considera que, "não há uma definição no preço da soja, por conta desses fatores: industrial, demanda, e até mesmo a gripe aviária nos estados unidos", declara.

Diante dessa indefinição no mercado internacional, a produção sul americana deve chegar a 170 milhões de toneladas, volume suficiente para impedir qualquer alta de preços no mercado internacional e nacional. "Com isso faz acreditar mais uma vez que limitações de alta estão acontecendo, salvo algumas situações pontuais como a desvalorização cambial brasileira", explica Mariano.

Além disso, no momento o produtor espera uma definição do mercado para realizar vendas, com a certeza de que a relação de troca será favorável. "Internacionalmente não tem muito que refletir na formação do preço da soja brasileira, o que está acontecendo na verdade é a indefinição dos revendedores de insumos para a próxima safra, em virtude da dificuldade de entender como será a variação cambial", o que tem impactado na decisão do produtor em vender, considera o analista.

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Por: Carla Mendes e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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