Em Carazinho (RS), plantio do trigo alcança 80% e, por enquanto, chuvas não preocupam os produtores

Publicado em 22/06/2015 10:29
Em Carazinho (RS), plantio do trigo alcança 80% e, por enquanto, chuvas não preocupam os produtores. Área cultivada recuou 30% na localidade devido às incertezas no mercado. Produtividade média deve ficar ao redor de 50 sacas do grão por hectare. Já os custos de produção subiram entre 10% a 15%. Saca é cotada a R$ 30,00, porém, negócios são lentos.

Na região de Carazinho (RS), o plantio do trigo alcança 80% da área estimada para essa safra. E, por enquanto, as chuvas não são uma preocupação dos produtores rurais que têm até o dia 10 de julho para finalizar os trabalhos nos campos. Assim como no estado, a área destinada ao cereal registrou uma redução de 30%.

Segundo o engenheiro agrônomo da cidade, Carlos Mertins, a situação ainda á tranquila em relação à produção de trigo na região. “Sabemos que as chuvas em excesso podem afetar a safra, mas a nossa condição está normal hoje. Ainda não podemos fazer previsões pessimistas”, destaca.

Em contrapartida, os produtores estão atentos às previsões climáticas mais alongadas, já que a perspectiva é de formação de El Niño este ano. Com isso, a projeção é que a região Sul, principalmente o estado gaúcho receba mais precipitações. “Isso é uma preocupação, pois poderemos ter doenças no sistema radicular das plantas. E entre setembro e outubro, as plantas estarão em fase de florescimento e, se tivermos excesso de chuvas será uma grande apreensão”, afirma Mertins.

Antes disso, as perdas ainda podem ocorrer por lixiviação de nutrientes durante o período vegetativo da cultura, conforme ressalta o engenheiro.  Paralelamente, os custos de produção estão entre 10% a 15% mais altos nesta temporada.  Esse ano, o produtor que investiu uma tecnologia média, gastou entre R$ 1.500 a R$ 1.600 por hectare, consequentemente, serão necessárias entre 2 a 3 sacas do grão por hectare a mais para cobrir os custos, de acordo com o engenheiro.

O rendimento médio das lavouras de trigo da região é de 50 sacas do grão por hectare.  “Nessa relação entre custos e produtividade, o produtor ficará com uma margem ajustada. Se conseguirmos vender a saca a R$ 27,00, precisaremos de uma produtividade de 54 scs/ha. Se o valor for de R$ 30,00/sc, precisaremos de um rendimento de 50 scs/ha, já se a cotação ficar em R$ 33,00, o rendimento médio precisará ser de 45 scs/ha.”, explica Mertins.

No momento, a saca do grão é cotada a R$ 30,00, o que empataria com os custos, ainda na visão do engenheiro. Contudo, os negócios permanecem lentos, uma vez que os moinhos estão abastecidos e não realizam novas aquisições do produto.

“O produtor está inseguro e temos o clima, com previsão de grandes volumes de chuvas no final do mês de junho. E a nossa região colhe o grão depois do Paraná, somos os últimos a negociar e não temos garantia. Ano passado, com a baixa qualidade do trigo, vendemos a safra entre R$ 21,00 a R$ 22,00. O produtor deve aproveitar a janela de plantio e tomar muito cuidado”, ressalta Mertins.

Tags:

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Novas variedades de amendoim são apresentadas aos produtores de amendoim do Oeste Paulista
Demanda por feijão de qualidade sustenta preços do mercado brasileiro
Mercado de arroz permanece pouco ofertado e com preços firmes no Sul do país
Paraná inicia colheita da segunda safra com perspectiva de recorde para a produção de feijão
Ibrafe: Há a chance de recorde de exportação de Feijão-preto