Triticultor que utilizar glifosato ou paraquat na dessecação das lavouras será penalizado com multa e até apreensão da produção

Publicado em 13/10/2016 14:42
Prática adotada durante a pré-colheita de safras anteriores resultou em resíduos identificados na farinha de trigo

Às vésperas da colheita do trigo, o presidente da Comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim, alerta os produtores para que não se repitam as práticas identificadas nas úlimas duas safras do estado, nas quais alguns produtores, em virtude da desuniformidade da lavoura, realizaram a dessecação e utiizaram produtos não recomendados como o glifosato e o paraquat, que não possuem registro para essa finalidade no Brasil.

Os resíduos dos produtos foram identificados em análises de grãos, além de também estarem presentes na farinha já moída. O assunto chegou à Câmara Setorial das Culturas de Inverno e, desde então, a Farsul vêm realizando uma orientação aos produtores para que não utilizem da prática. Por outro lado, as condições da lavoura mostram cenários mais animadores.

A prática da dessecação não é recomendada, mas Jardim lembra que, se houver necessidade de realizá-la, os produtores devem utilizar produtos já recomendados, que existam no mercado com registro. A Secretaria da Agricultura do Estado estará realizando inúmeras fiscalizações e, aquele produtor que desrespeitar a norma poderá sofrer sanções administrativas e criminais. No Paraná, algumas lavouras já foram autuadas, com penas chegando até à destruição total da lavoura.

O presidente ainda aponta a necessidade de padronizar os parâmetros de fiscalização a nível de Mercosul, uma vez que 30% a 40% do trigo utilizado no Brasil é importado dos vizinhos Argentina, Uruguai e Paraguai. Como os primeiros agentes monitorados foram os moinhos, não é possível identificar se toda a farinha contaminada era brasileira. "Precisamos conversar com o governo para oferecermos segurança alimentar para a população", aponta.

A colheita no Rio Grande do Sul está sendo realizada apenas em algumas lavouras, mas já aponta uma boa produtividade. A maior parte será colhida em novembro, devido a um atraso no plantio ocorrido neste ano.

Estima-se que tenham sido plantados 830 mil hectares que, segundo a Farsul, devem gerar 2,5 milhões de toneladas, contra 2,2 milhões estimados pela Conab.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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