Produtor desanimado com baixos preços do trigo deve reduzir área em próximo plantio na região dos Campos Gerais-PR

Publicado em 14/02/2017 11:04
Mais uma safra de prejuízos para os produtores de trigo, apesar da qualidade e boa produtividade
Confira a entrevista de Gustavo Ribas Netto - Sociedade Rural dos Campos Gerais

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Trigo caminha para um encerramento de safra com prejuízo para os produtores, apesar da qualidade e boa produtividade.

 

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Na região dos Campos Gerais do Paraná, a última safra de trigo apresentou bons resultados, mas os produtores não encontram preço. De acordo com Gustavo Ribas Netto, presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa, a situação é um "reflexo direto da política brasileira". Com isso, o país bate recorde de importação de trigo proveniente da Argentina e do Uruguai e enfrentou um decréscimo de 5% a 7% na área do cereal.

Mesmo com a queda, a produtividade compensou. Os rendimentos, em média, ficaram entre 4500kg a 5000kg por hectare, mas o mercado se mantém estável, a R$600 por tonelada, sem compradores.

O Governo Federal entrou com leilões de PEP e de Pepro para o trigo, mas não foi suficiente para resolver o problema. No entanto, Ribas Netto lembra que, se não houvessem os leilões, a situação poderia ser pior. O leilão atingiu poucos mercados no estado e os preços não reagiram de acordo com o esperado.

Até então, 70% do trigo foi comercializado, porém, em condições ruins para os produtores, que foram "obrigados a colocar esse trigo no mercado a qualquer custo". Com isso, os preços médios ficaram abaixo dos custos de produção.

Ele lembra também que a Argentina possui mais condições de produzir um trigo de qualidade, com características diferentes de solo e menor impacto da ferrugem asiática. No entanto, aponta que o Brasil não pode ficar dependente da produção de outros países.

Porém, no Paraná, os produtores vêm procurando alternativas para fugir do trigo. Canola e cevada entram como alternativas mais rentáveis, bem como a cobertura da área com aveia para plantar soja na época ideal. O próprio Ribas Netto pretende diminuir a sua área "praticamente a zero" neste ano.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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