Lavouras de arroz estão alagadas na região de Uruguaiana/RS após mais de 500 mm de chuvas em 10 dias

Publicado em 15/01/2019 09:49
Mais de 20 mil hectares estão alagados na região da fronteira oeste do Rio Grande do Sul (5 mil só em Uruguaiana) e quantidade de perdas ainda não pode ser estimada, já que a água segue cobrindo as plantas. Previsão de mais chuva para os próximos dias preocupa os produtores de Uruguaiana, região responsável por 30% de toda a produção brasileira de arroz.
Roberto Fagundes Ghigino - Presidente da Associação de Arrozeiros de Uruguaiana/RS

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Entrevista com Roberto Fagundes Ghigino sobre o Acompanhamento de safra do Arroz

 

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A cidade de Uruguaiana é uma das mais afetadas pelas chuvas intensas que são registradas no estado do Rio Grande do Sul. Nos últimos 10 dias o acumulado já chega a mais de 500 milímetros e a previsão indica mais 100 mm ainda nessa semana. Diante desse cenário, as lavouras de arroz na região, que é responsável por 30% de todo o arroz brasileiro, estão sofrendo com alagamentos e dificuldades para se desenvolver da melhor maneira.

“É uma época muito complicada para a planta ficar com excesso de chuva e sem luminosidade, temos 30% das lavouras na parte de floração, antes de encher o grão. Estamos com mais de 5 mil hectares em baixo da água e o rio Uruguai crescendo. Não tem como nós quantificarmos o prejuízo que a lavoura vai ter, só vamos poder ver isso após abaixar as águas e a colheita para ai sim termos os dados certo, mas já temos uma previsão de 10% de prejuízo nessa safra”, diz Roberto Fagundes Ghigino, presidente da Associação de Arrozeiros de Uruguaiana/RS.

Além dessa incerteza do tamanho que serão os prejuízos, os produtores locais enfrentam dificuldades para manter as aplicações de defensivos e realizar os tratos culturais adequados, o que deve aumentar ainda mais a defasagem do custo de produção com relação ao resultado obtido ao fim da safra.

“Nós estamos com os custos defasados há 6/7 anos, hoje o arroz nessa região está R$ 38,00 e teria que estar R$ 47,00 para pagar os custos e sobrar alguma coisa para o produtor. Mas vamos supor que com todos esses problemas aumente o preço, mas o produtor vai ter menos produção e menos volume para vender. Então ele teria que subir muito para compensar o volume de valor vendido no ano passado”, pontua Ghigino.

No meio deste cenário, com cerca de 190 pontos sem energia em Uruguaiana e locais ainda sem possibilidade de acesso, os produtores aguardam providências dos governantes municipais e estaduais para conseguirem possíveis prorrogações para saneamento de dívidas e manutenções para recuperar as estradas e pontes da região que foram danificadas pela chuva.

Confira a entrevista completa no vídeo.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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