Sem chuvas há mais de 20 dias, produtividade das lavouras de milho safrinha já está comprometida em São Gabriel do Oeste (MS)

Publicado em 18/04/2016 10:33
Milho: Altas temperaturas também afetaram o desenvolvimento das plantações. Rendimento médio deve ficar bem abaixo do registrado no ano passado, de cerca de 7 mil quilos por hectare. Diante das incertezas, produtores estão apreensivos em relação aos negócios feitos antecipadamente. No disponível, preços seguem firmes e giram em torno de R$ 40,00 a saca.

A falta de chuvas aliada às altas temperaturas já impactaram a produtividade das lavouras de milho safrinha em São Gabriel do Oeste (MS). Na região, as precipitações não aparecem há mais de 20 dias e os termômetros marcam 35º C a 36º C. Com isso, as plantações que estão, em sua maioria, em fase de enchimento de grãos sofrem com o clima adverso e o impacto já pode ser visto nas plantas.

O presidente do Sindicato rural do município, Julio César Bortolini, destaca que a situação se agrava a cada dia. “E mesmo que chova nesse momento já temos perdas, pois o milho é uma planta diferenciada, com 45 dias já define a formação das espigas. Em 2015, colhemos em torno de 116 sacas por hectare, quase 7 mil quilos por hectare e esse ano não iremos atingir a metade”, explica a liderança sindical.

Em relação à sanidade das plantações, o presidente sinaliza que não há grandes preocupações nesse instante. “O produtor faz os tratamentos preventivos, temos diversas variedades resistentes às lagartas. E quando o tempo está muito seco não há incidência de doenças, como a ferrugem. O que preocupa mesmo é a deficiência hídrica que foge ao nosso alcance”, pondera.

Além desse cenário, outra apreensão dos produtores está relacionada aos negócios fechados antecipadamente. Diante dos melhores preços registrados desde o ano anterior, muitos agricultores aproveitaram para realizar a comercialização do cereal. “E essa situação começa a se complicar, pois agora o agricultor vê que não irá colher uma produtividade alta para fazer frente aos custos das lavouras, o que gera uma apreensão muito grande”, diz Bortolini.

Atualmente, a saca do cereal é negociada a R$ 40,00 no mercado disponível. “E, por enquanto, ainda não vemos nenhum sinal de queda, pois não há estoques no país. Claro que o outro elo da cadeia acaba sofrendo com a situação, inviabilizando a atividade. Na nossa região, o forte é a suinocultura e quem não é integrado já trabalha com margens negativas. E precisamos de 7 a 8 milhões de sacas de milho por ano para atender essa demanda local”, afirma o presidente.

Soja

No caso da soja, os produtores rurais da região também registraram prejuízos. Isso porque, nesta temporada a produtividade média ficou entre 53 a 54 sacas do grão por hectare, contra uma média do ano anterior, de 62 sacas por hectare.

“Tivemos problemas com a concentração das chuvas em alguns momentos, a proliferação de nematoides. E também novas variedades que talvez não se adaptaram a nossa região. Acredito que em maio e junho já teremos uma retração do comércio local devido à queda na produtividade da oleaginosa”, finaliza o presidente.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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