Como forma de protesto, produtora vende 320 espigas de milho em feira na região de Balsas (MA)

Publicado em 26/04/2016 11:36
Milho: 4 espigas foram negociadas a R$ 1,00 na região. Produtora ressalta as dificuldades enfrentadas na produção agrícola. Apesar do tempo seco, que já dura 16 dias na localidade, perspectiva é favorável para a produção do cereal. Rendimento médio deve ficar próximo de 110 sacas de milho por hectare.

Como forma de protesto, a produtora rural Adriany Dalzoto, vendeu recentemente 320 espigas de milho em uma feira na região de Balsas (MA). O preço ficou definido em R$ 1,00 por quatro espigas e o produto foi comercializado rapidamente.

Segundo a produtora, essa foi a maneira encontrada para manifestar contra a falta de ações por parte do governo para a agricultura. “O país está enfrentando um momento delicado com o impeachment e deveriam dar mais atenção para o agronegócio. As empresas ditam os preços que obrigam os produtores a entregarem a terra, precisamos de incentivos para produzir, estradas e investimentos”, ressalta Adriany.

Nesse momento, a saca do milho é cotada próxima a R$ 50,00 no Porto de Itaqui, em São Luís. “Tivemos uma proposta de uma empresa do Ceará oferecendo R$ 26,00 por saca do grão e pagando apenas 10% do contrato antecipado. E no mínimo deveriam ser negociadas 30 mil sacas de milho. Os juros são elevados, então, às vezes é melhor deixar o nome negativado e colher o grão para depois negociar e colocar as contas em dia”, explica.

A agricultora ressalta que esse é um movimento que começou na safrinha do ano passado. “Em 2015, tínhamos preços de R$ 18,00 a saca e eu não vendi. Achei um absurdo comparar com as despesas e o desgaste para produzir. Depois de um mês, essa mesma empresa me ofereceu R$ 24,50 a saca com pagamento antecipado e retirando na fazenda. As empresas testam muito e tentam se aproveitar desse momento em que o produtor precisa de um apoio e foi isso que me levou ao manifesto”, diz Adriany.

Safra de milho

Ao contrário da situação de muitos produtores da região, que sofreram com a seca e registraram perdas severas, a produtora ressalta que as condições das lavouras de milho são boas. Nesse instante, com a falta de chuvas que já ultrapassa os 16 dias, as plantações estão resistindo, conforme sinaliza a agricultora.

“Essa semana, a lavoura está sentindo um pouco, mas não tanto. Trabalhamos com plantio direto, o que tem ajudado a manter a umidade. E nos próximos dias já temos previsões de chuvas para a região. Por isso, temos uma perspectiva de colheita ao redor de 110 sacas de milho por hectare. Mas se não tivéssemos tido problemas com o clima e da minha fazenda ter sido invadida, poderíamos colher cerca de 130 sacas por hectare”, acredita a produtora.

Já em relação ao aparecimento de pragas, Adriany pondera que a lagarta do cartucho atacou as lavouras, mas os agricultores conseguiram fazer o controle da praga. “O ataque da lagarta não chegou afetar as espigas”, completa.

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Em apenas 15 dias úteis, Brasil já exportou mais milho do que em todo dezembro de 2024
Força de demanda segue mantendo futuros do milho de Chicago em alta nesta segunda-feira
Cotações do milho abrem a segunda-feira no campo positivo da Bolsa de Chicago
Milho/Cepea: Com demanda ainda fraca, preços caem em parte das praças
Futuros do milho recuam em Chicago nesta sexta-feira, mas ainda acumulam ganhos semanais
Safras & Mercado reduz previsão de colheita de milho do Brasil e cita estiagem no RS