Milho: USDA não mostrou nenhuma direção e mercado testou posições no negativo

Publicado em 09/02/2017 18:01

Tampouco no milho o reporte mensal do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe alguma informação de fundamento mais relevante que poderia justificar um indício de tendência mais firme. Nem mesmo o relatório da Conab, elevando ligeiramente as duas safras brasileiras, deu algum suporte aos negócios na CBOT. Assim, os operadores largaram um rally no negativo do meio da tarde até o fechamento desta quinta (9) e mantiveram-se na estabilidade. De um intervalo de 1,15 a 1,75 pontos, com o bushel de março fechando em US$ 3,69, o maio US$ 3,72, o julho US$ 3,84 e o setembro US$ 3,89.

Jason Roose, analista de grãos dos EUA, diz que o relatório da USDA “não ofereceu surpresas reais”. Tirou menos do que esperavam dos estoques finais americanos e elevou marginalmente o consumo do cereal para produção de etanol.

Já a Agriculture, uma das agências americanas especializadas em commodities, notou, porém, que havia expectativa dos traders em aparecer uma produção brasileira de pouco mais de 1 milhão de toneladas acima da previsão de janeiro do órgão do governo americano - o que bateria com os números da Conab de hoje, de 87,4 milhões de toneladas. Mas foi mantida a do mês passado, o que talvez justifique a variação negativa.

Ficou igual o prognóstico de exportações americanas do cereal – 56,5 milhões de toneladas – o que continua a assegurar o foco na forte demanda internacional, o que pode ter sido outra variável para o fechamento no vermelho de hoje.

China

A Agência Reuters trouxe da China a previsão de uma queda nas importações de milho para seu menor nível em 10 anos. Em seu relatório mensal sobre as safras, o Ministério da Agricultura previu importações para a safra 2016/2017, que termina em setembro, chegando a 800 mil toneladas, uma queda de 200 mil na estimativa do mês passado. Isso seria menos de 3,2 milhões de toneladas para o ano civil de 2016 e um terço da média da última década.

Mas é cedo para avaliar os efeitos desse viés do mercado chinês sobre o comportamento dos trabalhos nas bolsas, conforme outras fontes avaliaram.

Futuros BM&F

Também não acharam uma direção os vencimentos futuros na bolsa paulista. Longe das oscilações de Chicago, precificou positivo o contrato março 0,29%, R$ 34,26, com os números do milho verão concluídos, e maio em 0,06%, R$ 32,27.

Físico

Com praticamente todos os produtores fora das vendas, deixando as negociações paradas, portanto não havendo variação nas cerca de 30 praças pesquisadas por Notícias Agrícolas (veja aqui), restou ao interior paranaense, pelo peso da produção de verão, alguma variação negativa desta quinta. Possivelmente por reflexo em algum atraso nos trabalhos de campo nesta colheita.

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Por: Giovanni Lorenzon
Fonte: Notícias Agrícolas

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