Milho deve seguir valorizado no Brasil, mas altas podem estar próximas do limite

Publicado em 24/10/2019 11:10
Analista aponta alta dos preços internos e queda do dólar frente ao real com fatores que levariam ao custo do milho importado ficar semelhante ao do brasileiro e aconselha vendas para fazer média de preços
Roberto Carlos Rafael - Germinar Corretora

Podcast

Milho deve seguir valorizado no Brasil, mas altas podem estar próximas do limite

 

Download

Os preços do milho brasileiro estão em alta já a algum tempo impulsionados por diversos fatores internos e externos, e devem permanecer altos por mais um tempo, de acordo com o analista da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael.

Entre os fatores que contribuem para estas valorizações, que já chegam próximas dos R$ 44,00 na bolsa brasileira, estão as dificuldades enfrentadas pela safra de milho nos Estados Unidos, aumento da demanda interna com a expansão do setor de etanol de milho e para rações animais para serem exportados à China após a peste suína africana e, principalmente, o aumento das exportações brasileiras do grão.

Segundo Rafael, as exportações são o principal fator para sustentação das valorizações, uma vez que o Brasil já exportou 26 milhões de toneladas no acumulado até setembro, deve registrar mais 6 milhões em outubro e encerrar o ano com algo entre 40 e 42 milhões de toneladas.

Mesmo com toda essa demanda pelo cereal, o analista não acredita em falta de produto no mercado, uma vez que o país deve produzir cerca de 102 milhões de toneladas de milho entre safra verão e segunda safra, e virar o ano com um estoque de passagem próximo de 12 milhões de toneladas, um patamar ainda confortável.

O único componente negativo para o mercado neste momento é a desvalorização do dólar ante ao real, o que leva Rafael a acreditar que, apesar deste bom momento, as altas do milho podem estar chegando próximas do limite.

O analista explica que os preços brasileiros estão girando próximos aos do milho importado, por exemplo, da Argentina, que hoje chegaria ao país à R$ 47,00, mas podendo cair para até 44 reais caso a moeda americana se aproxime dos R$ 3,80.

Diante disto, o conselho da corretora é que o produtor brasileiro busque vendas para sua produção neste momento, com o intuito de atingir uma média de preços atrativa, aproveitando este bom momento do mercado.

Mercado Internacional

Os valores da Bolsa de Chicago (CBOT) também subiram recentemente, mas não no mesmo ritmo dos brasileiros. Rafael comenta que o milho americano saltou de US$ 3,70 para US$ 4,00 após o relatório de estoques dos EUA apontarem 8 milhões de toneladas a menos do que o esperado pelo mercado, mas que poucas coisas podem alterar os preços atualmente.

As atenções seguem voltadas para o avanço da colheita americana, que segue atrasada com relação aos anos anteriores, e para o tamanho do rendimento desta safra nos Estados Unidos, que segue sendo uma interrogação muito grande, de acordo com o analista.

Confira a entrevista completa com o analista de mercado da Germinar Corretora no vídeo.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Milho fecha a semana de olho na safrinha e recuando até 1,68% na B3
Agrifatto enxerga mercado pesado e pressão para preços do milho no Brasil e no exterior
B3 começa a sexta-feira com futuros do milho operando no negativo
Colheita da soja se encaminha para o final em Rondônia, com cerca de 20% de quebra na produtividade, segundo pesquisador
Radar Investimentos: Os futuros de milho fecharam em alta nesta quinta-feira na CBOT