Plano safra sem recursos e um sistema ineficiente de financiamento com crédito subsidiado

Publicado em 13/04/2017 17:54
Plano safra terá crédito oficial suficiente apenas para atender pequenos e médios produtores, sem redução de juros e com recurso direcionado para o custeio
Confira a entrevista de Adeniro Vian - Diretor do IBD Agro

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Confira a entrevista de Adeniro Vian - Diretor do IBD Agro

 

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De acordo com Adeniro Vian, diretor do IBD Agro, "não podemos e não devemos esperar muita coisa no próximo Plano Safra". Segundo ele, o que irá acontecer já está desenhado com informações, como a grande resistência na redução da taxa de juros.

Vian lembra ainda que a redução do limite de crédito geral para R$2,4 milhões, o direcionamento de recursos do RO exclusivamente para custeio agrícola, tirando investimento e comercialização de indústrias e a manutenção de volume de crédito rural somente para pequeno e médio produtor são alguns fatores que irão se tornar realidade.

O diretor atribui isso a uma "falta de planejamento e vontade de criar uma política agrícola para o Brasil". Para ele, o ideal seria adotar um modelo como é feito em outros países, com as políticas agrícolas mantendo seu foco em financiar a comercialização e não o crédito. Nesse momento, quem manda na política agrícola são os bancos, segundo Vian.

Na opinião dele, o "sistema de financiamento agropecuário já se esgotou 100% e produziu os efeitos que tinha que produzir". "Na situação em que estamos, não há alternativa ao crédito oficial", destaca.

Os produtores, portanto, devem começar a fazer suas contas. O momento, para o diretor, exigirá um gerenciamento mais eficiente e um trabalho baseado na realidade de mercado.

Hoje, o cŕedito rural atende apenas 25% dos produtores brasileiros. O modelo proposto por Vian, de financiar a comercialização, atenderia a 100% dos produtores brasileiros - o mesmo dinheiro, de acordo com ele, seria suficiente para tal.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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