Em Boa Vista (RR), produtores iniciam o plantio da soja; área semeada está em 2%

Publicado em 05/05/2015 11:57
Em Boa Vista (RR), produtores iniciam o plantio da soja. Até o momento, cerca de 2% da área foi semeada. Nesta temporada, a perspectiva é de aumento de 40% na área cultivada com a oleaginosa. Produtores investem na variedade convencional Tracajá, que devido à luminosidade, apresenta 4% a mais de óleo. Produtores ainda esperam preços mais altos para negociar a saca do grão.

Na região de Boa Vista (RR), os produtores rurais já deram início ao plantio da soja da safra nova. Até o momento, as chuvas ainda estão irregulares e cerca de 2% da área foi semeada com o grão. Nesta temporada, a perspectiva é que haja um aumento de 40% na área destinada à oleaginosa.

O engenheiro agrônomo e produtor rural, Alcione Nicoletti, destaca que, na localidade, os agricultores investem na variedade convencional Tracajá. “Temos uma demanda forte por materiais não transgênicos. E também temos uma tendência de materiais precoces, especialmente entre 85 a 90 dias, que deverão permitir a produção da segunda safra. No ano passado, já fizemos a safrinha com sorgo e milheto, porém, devemos mesmo investir no boi, na produção de proteína animal, já que estamos próximos da Venezuela, importante mercado consumidor brasileiro”, destaca.

Além disso, devido à maior luminosidade, as variedades de soja produzidas na localidade apresentam uma quantidade mais elevada de óleo, ao redor de 4%. “Temos doze horas de luz, com isso, temos esse percentual maior de óleo na oleaginosa. Já a produtividade irá depender o clima, do período de plantio e o perfil do solo, que é necessário para fazer os ajustes técnicos”, conforme relata o engenheiro.

Por outro lado, Nicoletti também destaca que, devido ao clima, os produtores rurais da região enfrentam maior incidência de pragas, principalmente as lagartas. Entretanto, a ferrugem asiática, grande preocupação dos agricultores do restante do país, ainda não está na região.

“Isso porque temos a temperatura noturna entre 22º C a 24º C e precisaríamos de uma temperatura mais baixa. E também temos pouca umidade nas plantas e, isso dificulta o desenvolvimento dos fungos. As correntes de ventos também são caribenhas e não passam por outras localidades produtoras de soja. Paralelamente, a produção da nossa região não serviria de ponte verde, pois a produção do grão mais próxima fica a mais de mil quilômetros”, acredita.

Comercialização

Em relação à comercialização da produção, o engenheiro sinaliza que os produtores estão aguardando preços mais altos, ao redor de US$ 22,00 por saca, para voltar a negociar. “Nesses patamares cobriríamos os custos de produção. Mas temos prêmios interessantes na localidade. Recebemos até US$ 40,00 por tonelada de variedade convencional, o que nos dá forças para desenvolver a cultura no estado”, finaliza Nicoletti

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Argentina: Processamento de soja caiu em novembro e o mercado começa a sentir a escassez do produto
Soja fecha de lado em Chicago e sobe onde ainda há negócios no Brasil frente ao dólar alto
Soja segue ainda lateralizada na CBOT nesta tarde de 3ª, com suporte do farelo
Soja opera com estabilidade em Chicago nesta 3ª feira, acompanhando fundamentos
Soja fecha o dia com leves altas em Chicago acompanhando forte avanço do óleo
Guerra Comercial 2.0: Trégua entre EUA e China e impactos no mercado de soja; confira análises da Hedgepoint Global Markes