Jack Scoville fala com exclusividade ao Notícias Agrícolas: proximidade da colheita nos EUA poderá derrubar preços da soja, mas quedas serão menores

Publicado em 04/09/2015 17:03
Analista americano (da Price, de Chicago/USA) comenta preços da soja em na Bolsa de Chicago -- com proximidade da colheita nos EUA Jack Scoville avalia possibilidade de novas quedas. Entrevista a Aleksander Horta.

A produção de soja e milho dos Estados Unidos nesta safra deve ser cheia mesmo com o excesso de chuvas no inicio do ciclo no cinturão produtivo. Em entrevista exclusiva ao site Notícias Agrícolas, o analista da Price Futures Group, Jack Scoville, afirmou que mesmo não superando a produção recorde do ano passado, essa safra também vem apresentando bons volumes.

O clima no primeiro semestre do ano foi de muitas chuvas no Meio-Oeste americano o que trouxe apreensão para o mercado sobre possíveis quebras nesta temporada. No entanto, segundo Scoville a cultura da soja se desenvolveu bem e deve alcançar uma produção de 104,8 mi de toneladas, assim como o milho com 346,7 mi de t.

"Nossa produção neste ano será muito boa e estamos vendo a demanda grande para a soja em grão, no entanto a demanda para o milho não é boa ainda, mas como os preços mais baixos ela deve crescer", explica o analista.

Para ele, com a chegada da oferta norte-americana no mercado, os preços na Bolsa de Chicago possuem ainda espaço para novas quedas. Diante disso, o milho pode chegar a "US$ 3,30/3,50 por bushel no contrato dezembro e a soja US$ 8,50/bushel", considera Scoville afirmando que os produtores já estão fora do mercado com os preços atuais.

De acordo com o analista somente com preços acima dos US$ 4/bushel para o milho e US$ 10 por bushel na soja em grão os produtores voltariam a realizar negócios. Atualmente apenas 1/4 de toda a produção foi comercializada antecipadamente, pois "a maioria dos produtores não venderam antes, esperando preços mais altos", explica.

A demanda que deveria promover a reação das cotações na CBOT se enfraqueceu por conta do dólar alta frente a uma série de moedas em todo o mundo. Ainda assim, Scoville acredita "em um movimento de alta, por exemplo, quando a colheita passar dos 50%", ressalta.

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Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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