Soja do tarde é a que mais sofre com o calor intenso no Matopiba

Publicado em 29/02/2016 16:06
Plantas estão morrendo em toda a região, passando pelo processo de escaldadura por conta das elevadas temperaturas e da falta de chuvas, que em algumas áreas passa de 20 dias. Alguns produtores locais chegaram a registrar a perda total de suas lavouras.

Em todo o Matopiba e em especial no Oeste da Bahia, a seca severa no período de enchimento dos grãos tem causado grandes prejuízos aos produtores. Os casos mais graves são nas lavouras tardias que estão a mais de 20 dias sem receber chuvas.

O tempo quente associado a períodos de baixa umidade predispõem as sementes ao “enrugamento” e a danos mecânicos durante a colheita. Além disso, a maturação pode ser acelerada pela ocorrência de altas temperaturas.

Essas condições de tempo produzem a escaldadura das plantas, provocando a retenção foliar e grãos menores. De acordo com o jornalista João Batista Olivi, a situação é generalizada em todo o Matopiba, e mesmo com previsão de chuvas para os próximos dias, os volumes não devem ser suficientes para reverter às perdas em todos os Estados.

O produtor rural de Luis Eduardo Magalhães, Marcos Ponga, explica que as sojas cultivadas mais cedo também apresentam queda na produtividade, mas não são tão graves quanto a tardia. "Se não chover nos próximos dias, será muito difícil conseguir colher, e tem áreas que não há mais o que fazer, perdeu tudo", declara.

De acordo com previsões dos institutos meteorológicos, na próxima quarta e quinta-feira deve chover 2 mm na região, mas os volumes mais expressivos só são esperados para final de semana, com 11 mm no sábado.

"Se chover ainda ajuda muito, salva muitas lavouras, mas o prejuízo já está instalado na região", alerta o produtor. Segundo ele, era necessário que as autoridades do município decretassem situação de emergência para que, especialmente os pequenos produtores, tenham acesso ao crédito de proteção e consigam dar continuidade a atividade no Oeste da Bahia.

Austrália vê impulso na produção agrícola após El Niño

SYDNEY, (Reuters) - A produção agrícola da Austrália deve se recuperar na próxima temporada, após o El Niño mais forte em quase 20 anos ter ressecado as safras do país, disse o principal centro de previsões para commodities da nação.

A produção de produtos básicos como trigo, algodão e leite deve subir durante a temporada de 2016/17, de acordo com o Centro Australiano de Agricultura, Recursos Econômicos e Ciências Rurais (Abares, na sigla em inglês), embora a produção de carne bovina no terceiro maior exportador deva cair devido à baixa oferta.

O aumento dos plantios e uma melhora esperada em condições sazonais devem produzir uma safra de 24,5 milhões de toneladas de trigo, o que pode ser uma máxima de três anos. A Austrália, quarta maior exportadora de trigo do mundo, produziu 24,2 milhões de toneladas em 2015/16.

A produção de algodão australiana deve subir 50 por cento, disse o órgão. A produção atingirá 816 mil toneladas em 2016/17, alta ante as 546 mil toneladas um ano antes, quando a seca privou os produtores da irrigação necessária.

No entanto, a produção de carne bovina australiana deve cair para uma mínima de três anos, com os produtores reconstruindo seus estoques após o tamanho do rebanho nacional ter caído para uma mínima de pelo menos duas décadas.

A Abares estimou as exportações de carne bovina do país em 2,16 milhões de toneladas em 2015/16, queda de 10 por cento ante o ano anterior.

(Por Colin Packham)

Por: João Batista Olivi
Fonte: Notícias Agrícolas + Reuters

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