Com tempo seco, perdas na soja superam os 70% na região de Balsas (MA)

Publicado em 22/04/2016 09:34
Rendimento médio das lavouras de soja está entre 15 a 20 scs/ha, porém, há produtores que nem irão colher. Clima seco também contribuiu para o aparecimento da mosca branca nas plantações. Agricultores seguem preocupados com os contratos feitos anteriormente. No milho, áreas também sofreram com condições climáticas adversas e apresentam perdas.

Consequência do clima seco e quente, a safra 2015/16 de soja na região de Balsa (MA) apresenta perda que superam os 70%. Na reta final da colheita, os rendimentos entre 15 a 20 sacas por hectare ficam bastante abaixo da média da região que é de 55 sacas por hectare.

Nem mesmo a soja tardia, cultivada em janeiro, que havia uma perspectiva de melhor rendimento, conseguiu expressar o potencial produtivo. Durante todo o ciclo as chuvas foram mal distribuídas e as temperaturas excessivas impediram o desenvolvimento das lavouras.

As plantas acabaram ficando pequenas e registrando um alto índice de abortamento das vagens. Segundo o produtor rural, Valério Mattel, em algumas regiões foi possível observar lavouras com tonalidade escura consequência do "adiantamento do ciclo por conta da seca e, também a mosca branca, que mesmo com todas as aplicações, a pressão neste ano foi grande", destaca.

Diante desses problemas, Mattel relata caso de produtores que sequer colheram por falta de rendimento. O seguro, que deveria amenizar essa situação, já foi acionado, mas os sojicultores ainda não receberam o retorno após as vistorias.

Outra preocupação é quanto ao cumprimento dos contratos antecipados. Nesta temporada, o dólar alto, elevou a participação das vendas pré-safra. "Os produtores até estão negociando com as traders, mas na maioria dos casos há multas, a verdade é que a conta sempre sobra para o produtor rural, ninguém vai perdoar", declara Mattei.

Milho Verão

O clima adverso desde o início do ciclo retardou o plantio da soja. Em janeiro, muitos produtores optaram por não cultivar a oleaginosa e investiram no milho.

Segundo Mattei, as lavouras do cereal cultivadas em janeiro acabaram pegando a estiagem de fevereiro e, também tiveram dificuldade de desenvolvimento, ficando plantas pequenas.

"A quebra também é grande nas lavouras que foram migradas de soja para milho", pondera o produtor.

Confira abaixo algumas fotos:

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Por: Fernanda Custódio e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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