Soja em Chicago acumula altas de mais de 11% e melhoram ritmo da comercialização no Brasil

Publicado em 28/11/2016 15:40 e atualizado em 28/11/2016 16:40
Mercado da soja em Chicago, ainda atento à demanda, começa a semana com boas altas e vencimento maio/17 testa o patamar dos US$ 10,70 por bushel, com suporte. Mercado ainda conta com o combustível das compras internacionais. No Brasil, atenção ao câmbio permanece.
Confira a entrevista de Mário Mariano - Analista da Novo Rumo Corretora

Nesta segunda-feira (28), a Bolsa de Chicago tem mais um dia de alta para o mercado da soja, com o vencimento janeiro, às 17h28, chegando a US$10,55/bushel e o vencimento março, referência para a safra brasileira, a US$10,63/bushel.

De acordo com o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora, o mercado apresenta novidades, principalmente no que diz respeito à valorização do óleo de soja. A regulamentação do EPA, que aumenta a porcentagem de biodiesel na mistura de gasolina, traz um aumento de consumo de 125 mil toneladas a mais de óleo de soja. Além disso, uma demanda chinesa de 30 mil toneladas do produto, que não era esperada pelo mercado, trouxe um aumento de 8% nos preços.

Em consequência disso, os demais óleos, como a canola, também subiram, somado ao aumento do óleo de palma por conta da redução de oferta. Serão 150 mil toneladas de soja esmagadas nos Estados Unidos para atender a essa demanda - não é um número significativo, mas considerando-se que os estoques de passagem não são grandes, faz-se o movimento no mercado.

A China, por sua vez, não possui costume de comprar derivados, mas deve recompor estoques do que foi vendido para países vizinhos. O fator também pode provocar um aumento dos estoques de farelo. "Existe provavelmente uma redução de 20% dos planteis da China. Se isso for verdadeiro, vão ter muito farelo para exportar para os países vizinhos", diz o analista.

O fator América do Sul

Com a demanda aquecida e embarques "vigorosos", o mercado também traz parte de seus fundamentos como consequência da situação do plantio na América do Sul. Embora o Brasil esteja bem avançado, a Argentina, assim como o sul do Brasil, enfrenta problemas climáticos e, mesmo estando com ajustes nos atrasos, ainda não é definida a situação da safra. Nesta semana, há a previsão de chuvas mais volumosas para essas áreas, o que deveria limitar o avanço  dos preços, mas o mercado em Chicago mostra o contrário.

Os prêmios para Brasil e Argentina também caem pela segunda semana consecutiva. Hoje, de acordo com o analista, é mais barato comprar a soja americana. A curto prazo, o valor monetário, com a desvalorização das moedas sul-americanas frente ao dólar, não serão suficientes para gerar competitividade em relação ao produto dos Estados Unidos, que deve dominar a demanda com preços mais atrativos.

Comercialização no Brasil

A demanda pelo produto brasileiro, no entanto, "ja está acontecendo", aponta. Hoje, há sinais de 50% da comercialização realizada. "Se não está totalmente vendido, já está comprometido", avalia Mariano.

Nas últimas cinco sessões, houve um aumento de 10% a 11% dos preços de soja no Brasil, principalmente no Mato Grosso. A tendência, a curto prazo, é mostrar vigor de preços para a exportação.

Para os movimentos mais distantes, o diferencial deve ser o câmbio. A dificuldade do produtor com o rendimento da soja e do milho na última safra obriga a ter restrição de venda no curto prazo. Daqui pra frente, o analista acredita que o mercado internacional será suficiente e pertinente para provocar as vendas.

Por: Carla Mendes e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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