Com baixos estoques de derivados de soja, a China tende a continuar comprando e sustentando movimento de alta em Chicago

Publicado em 05/12/2016 17:01
Argentina também volta ao radar dos operadores e indefinição sobre o tamanho da próxima safra pode dar sustentação aos preços em Chicago
Confira a entrevista de Eduardo Vanin - Analista de Mercado

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China com baixos estoques de derivados de soja tende a continuar comprando

 

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O mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) tem mais um dia de alta nesta segunda-feira (5). O vencimento janeiro trabalhou acima dos US$10,40/bushel, com altas de dois dígitos nos principais vencimentos.

Para Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest, dois fatores trabalham em função da alta do mercado neste momento. Ele lembra que o lado da demanda "não é novidade", com a China "correndo atrás do prejuízo" com menor contribuição no segundo semestre de embarques do Brasil e da Argentina. Este fator é resultado de um buraco de 10 milhões coberto pelos Estados Unidos em um curto espaço de tempo.

Por outro lado, a competitividade da soja americana no mercado também se mostra como outro ponto positivo. Os prêmios nos Estados Unidos caíram com os fortes volumes de venda, pressionando o mercado local e permitindo as altas na CBOT.

Um dos principais pontos de atenção para o mercado neste momento deve ser a mudança antecipada de demanda da China - que poderá se tornar compradora no Brasil já em dezembro. Isso se deve a cerca de 7 milhões de toneladas de soja que podem ser colhidas no Mato Grosso até janeiro.

De fevereiro para frente, o Brasil se torna mais barato, o que exigirá uma maior competitividade por parte dos americanos para continuar vendendo.

O fator preocupante, que também pode definir um rumo para o mercado, é o perigo para a oferta na Argentina, que sofre com clima seco e falta de chuvas. Cerca de 1/3 da área plantada no país sofre com algum estresse hídrico.

A Argentina, grande exportadora de farelo de soja, pode fazer com que os preços do complexo soja subam e, consequentemente, os preços do grão também acendam para uma alta na CBOT.

Com preços altos em Chicago e com o dólar valorizado frente ao real, Vanin acredita que é hora de o produtor participar, mas que deve-se ficar muito atento ao clima na Argentina e ao deslocamento da demanda chinesa para o Brasil.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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