Produtores de soja aguardam por mudanças no padrão climático nos EUA e volume de negócios segue lento

Publicado em 28/06/2017 17:47
Soja em Chicago tem mais um dia de leve alta e só não está com desempenho melhor com operadores aguardando informações dos relatórios de estoque trimestral e área plantada que serão divulgados nesta semana
Confira a entrevista com Flávio França Jr. - Consultor de Agronegócios

Nesta quarta-feira (28), o mercado da soja teve um dia positivo na Bolsa de Chicago (CBOT), sem altas significativas - de 3 a 4 pontos nos principais vencimentos.

O analista de mercado Flávio França Jr. destaca que o momento é defensivo, com cautela por parte dos produtores, que aguardam alguma mudança no padrão de clima nos Estados Unidos. Com isso, o volume de negócios é lento.

Assim, boa parte das variáveis no mercado são baixistas, como o fechamento das safras brasileira e argentina e o encaminhamento da safra norte-americana, que tem um bom encaminhamento até o momento. Este fator, somado a uma área menor, gera um conjunto de pressões por parte da oferta muito forte, por mais que a demanda continue sólida.

O clima seria o único fator capaz de mudar este momento do mercado - não só nos Estados Unidos, mas em todos os países produtores do Hemisfério Norte, que podem gerar mudanças de padrões de compra no mundo. Os meses de julho e de agosto serão decisivos para a produtividade de milho e soja, respectivamente.

Há um padrão, neste ano, de um clima mais seco em relação ao ano passado. Se houver algum tipo de estiagem nessas próximas semanas, a produtividade pode ser afetada, mexendo com os preços no mercado internacional.

Os fundos estão fortemente sobrevendidos para a soja e para o milho - mas não para o trigo, que possui uma situação mais complexa, em função de lavouras sofrendo com a falta de chuvas.

Hoje, o mercado se aproximou novamente dos US$9,15/bushel. Com isso, seria necessário algum fator novo para que os preços possam ter alta. Todas as notícias de clima estão sendo amenizadas pelas expectativas do mercado sobre os relatórios de estoques e áreas a serem divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na sexta-feira (30).

No Brasil, o novo patamar atingido pelo câmbio incorpora um prêmio de risco político e não é resultado das variáveis econômicas, como lembra França Jr. Para o câmbio sair desse patamar, seria preciso uma melhora no ambiente político, o que o analista acredita ser cada vez mais difícil.

Desta maneira, ele aconselha os produtores a manterem um monitoramento nas questões de clima e nas questões cambiais no país. Não há segurança de que os preços vão estar muito melhores no segundo semestre - por isso, as movimentações positivas devem ser aproveitadas.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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