Soja explode em Chicago com tempo quente e seco em pontos do Meio-Oeste; novembro vê resistência nos US$ 9,80

Publicado em 03/07/2017 11:54
Destaque ainda se mantém sobre o trigo, que segue sendo penalizado pelas adversidades climáticas e deve registrar uma quebra significativa nesta temporada. Entre os fundos, começam a se desmontar parte das posições vendidas.
Miguel Biegai - Analista da OTCex Group

Os preços da soja iniciam a segunda-feira (3) subindo mais de 20 pontos na Bolsa de Chicago (CBOT), enquanto trigo e milho também encontram altas expressivas.

O analista de mercado Miguel Biegai, da OTCEx Group, em Genebra (Suíça), destaca que o mercado foi surpreendido por relatórios altistas para soja divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na sexta-feira (30), o que foi um estopim para os traders que aguardavam quedas no mercado.

Biegai acredita que, dos 120 mil contratos líquidos vendidos até a última terça-feira, foram desfeitos de 20 a 30 mil contratos apenas na sexta-feira.

A projeção de clima continua ruim para as Dakotas nos mapas de mais de dez dias. As temperaturas serão acima do normal nas regiões que plantam trigo primavera, além de soja e milho. O mapa de chuvas, para o trigo, também tem sido "traumático", com estimativa de quebra. O milho também está sofrendo um pouco dos efeitos, mas a soja ainda tem um poder de recuperação grande caso receba chuvas nos próximos dias.

Por sua vez, a demanda está bastante forte. Caso os Estados Unidos não tenha uma safra, no mínimo, regular, os estoques mundiais podem ser "espremidos". Com a alta de sexta, algum cancelamento pode ser incentivado nessa semana, mas o consumo seria destinado para outras origens, como destaca Biegai.

De acordo com o gráfico de médias móveis divulgado pelo analista, a tendência de queda foi rompida no dia 30 e deve indicar uma tendência de alta a partir de então por não ter trabalhado abaixo da máxima de sexta. A partir de agora, há uma resistência na linha de US$9,80/bushel. Para que a tendência fosse continuada, "seria interessante romper essa tendência", como salienta Biegai. O próximo patamar seria de US$10/bushel.

Hoje, o mercado fecha uma hora mais cedo. O dia 4 de julho é feriado nos Estados Unidos e, apenas na quarta-feira, será possível conhecer atualizações da safra que possam trazer movimentações para o mercado.

O analista acredita também que é normal que aconteça um pouco de realização de lucros no mercado em breve.

Ele enxerga que, nessa semana, o mercado brasileiro poderá ter avanços nos preços por conta da reação em Chicago. Com isso, ele aconselha o produtor a aproveitar um pouco, vendendo uma parte dessa produção. Para se proteger e receber futuras altas, os produtores vender a soja física e comprar uma operação de call na CBOT.

As ofertas já começam a aparecer no Brasil e os preços giram em torno de R$71 no Porto de Paranaguá para um pagamento mais longo.

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Por: Carla Mendes e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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