Com possibilidade de La Niña, produtor deve ser cauteloso nesta safra

Publicado em 30/08/2017 16:24
Ocorrência do fenômeno poderia implicar em um período de longa estiagem para o estado e em uma repetição das tragédias de safras anteriores.

A partir do próximo dia 10 de setembro, o plantio da safra de verão 2017/18 estará liberado no Paraná. Esta situação gera um dilema para os produtores do estado, já que informações dão conta de uma possibilidade de ocorrência do La Niña, que poderia implicar em um período de longa estiagem para o estado e em uma repetição das tragédias de safras anteriores sob incidência do fenômeno.

José Eduardo Sismeiro, presidente da Aprosoja-PR, destaca que os produtores que receberam chuvas recentemente aproveitaram o período para dessecar suas lavouras e se preparar para um novo plantio. Para ele, este será um ano complicado e arriscado, no qual cada produtor deve procurar uma melhor estratégia a ser traçada.

A lavoura de Sismeiro, no oeste do Paraná, já está dessecada. Ele conta que, se as chuvas previstas para o dia 17 de setembro se fizerem presentes, ele irá "arriscar e plantar". Para a região central do estado, que planta mais tarde, ele aconselha a realização da aplicação em sequencial nas próximas chuvas, para plantar em uma chuva posterior.

O presidente pede muita atenção, já que o clima pode trazer muitos problemas neste ano. O milho não está sendo rentável, assim, ele recomenda a realização de uma boa safra de soja, mas sem esperança de plantar milho. Em sua própria estratégia, ele irá plantar milho safrinha apenas se possuir garantia de preço. Caso contrário, Sismeiro irá aproveitar para corrigir o perfil de solo, com uma planta de cobertura como a aveia.

No estado, como ele relata, há produtores antecipando bastante a soja para fazer o milho safrinha e há, até mesmo, situações de três safras, com soja, milho e trigo.

No que tange à comercialização, Sismeiro aconselha àqueles produtores que possuem condições a segurarem a soja neste momento para vender mais a frente. O consumo deve continuar aumentando e, caso a possibilidade do La Niña se torne concreta, haverá problema climático não apenas no Brasil, mas também no Paraguai e na Argentina, fator que pode mexer com os preços.

A presença do La Niña depende da permanência ou não de um resfriamento no Oceano Pacífico nas proximidades do Peru e Equador. Como se trata de uma previsão climática, a situação pode mudar a qualquer momento. Entretanto, os produtores devem se preparar para tomar uma decisão, apostar nela e torcer para que dê certo, como lembra o presidente.

Por: João Batista Olivi e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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