Safra Americana tem que entregar mais de 120 mi/t para atender demanda e por isso as atenções se voltam para o clima nos EUA

Publicado em 17/04/2018 16:42 e atualizado em 17/04/2018 17:42
Viés é positivo para os preços com fatores como clima, guerra comercial e câmbio podendo favorecer alta dos preços no Brasil
Camilo Motter - Granoeste Corretora de Cereais

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Fechamento do mercado da soja com Camilo Motter - Granoeste Corretora de Cereais

 

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Nesta terça-feira (17), o mercado da soja teve um dia de encerramento positivo para as cotações na Bolsa de Chicago (CBOT), com altas de quatro pontos nos principais vencimentos, após quedas fortes na sessão do dia anterior.

Camilo Motter, analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, destaca que há uma certa pressão do mercado em função da possibilidade de atraso do plantio de milho por conta do momento climático nos Estados Unidos, o que poderia reduzir a área a ser destinada para o cereal, que passaria para a soja. À tarde, porém, foram divulgadas notícias de mudanças climáticas para o Meio Oeste do país, a partir do que se entende que o plantio de milho pode ter sucesso.

Também influenciou no mercado a questão de que a China deve reter do importador chinês uma alta tarifa no sorgo. O país asiático importa cerca de 4 milhões e 500 mil toneladas de sorgo dos Estados Unidos e a expectativa é de que a medida possa ser precursora do que irá ocorrer com outros produtos, especialmente a soja.

A Argentina também possui estimativa de uma safra abaixo de 40 milhões de toneladas, enquanto o consenso para a safra brasileira fica entre 116 e 117 milhões de toneladas. Em parte, o Brasil compensaria a Argentina, mas as perdas do país vizinho são significativas, de forma que um aumento não seria suficiente. Continua, assim, a máxima de que os Estados Unidos terão de obter uma safra superior a 120 milhões de toneladas para não gerar sensibilidade na formação dos preços.

No Brasil, o mercado também é influenciado pela questão climática, em função das incertezas políticas e econômicas em ano de eleição. Contudo, o produtor brasileiro vive o melhor momento de preços desde julho de 2016 - em plena colheita, quando os preços tendem a ser pressionados.

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Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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