Mesmo sem oficializar taxação, China reduz compras dos EUA e faz preços da soja brasileira se descolarem de Chicago

Publicado em 24/04/2018 16:30
Com demanda chinesa agressiva pela soja brasileira e disputa com compradores internos, prêmios têm elevação de quase 30% desde o início de abril e dólar em alta favorece produtor
Vitor Belasco - Analista de Grãos da Informa Economics FNP

Nesta terça-feira (24), o mercado da soja encerra na estabilidade na Bolsa de Chicago (CBOT), com pequenos ganhos nos principais vencimentos.

Vitor Belasco, analista de grãos da Informa Economics FNP, salienta que a volatilidade diminuiu nos últimos dias, mas que este movimento vem se fazendo presente desde o começo da animosidade comercial entre Estados Unidos e China, embora não haja nada de prático confirmado no mercado. Neste momento, o plantio também dá seus primeiros passos em terras norte-americanas.

Há evidências, contudo, de um direcionamento das aquisições da China para o Brasil e de queda nas compras chinesas do grão dos Estados Unidos. A China comprou 20% no país do Hemisfério Norte e tem comprado bastante no Brasil, elevando os prêmios portuários locais em quase 30%.

O quadro do plantio norte-americano ainda pode mudar caso ocorra alguma intempérie no plantio do milho em algumas áreas, que migrariam, assim, para a soja. Contudo, é improvável que ocorra o contrário, já que o cereal é plantado antes da oleaginosa.

No Brasil, a demanda no mercado interno tem sustentado os preços acima da paridade no mercado norte-americano. A médio prazo, a concentração chinesa no mercado brasileiro e a grande disputa de traders e indústrias pelo grão devem sustentar os preços e os prêmios.

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Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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