Atuais patamares de preços da soja inviabilizam produtores americanos e argentinos podendo comprometer a oferta futura do grão

Ontem (12), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou seu novo relatório, com números importantes, mas o mercado da soja encerrou praticamente estável na Bolsa de Chicago (CBOT). Porém, a sessão de hoje voltou a sinalizar pressão para as cotações.

Vlamir Brandalizze, analista de mercado da Brandalizze Consulting, salienta que o mercado estava começando a se preparar para "olhar pro lado de cima desde a semana passada", mas que as novas retaliações de Donald Trump e o relatório do USDA trouxeram novas indicações para esse cenário.

Havia indicativos de tempo seco e quente até o fim do mês para as lavouras norte-americanas. Contudo, algumas regiões receberam chuvas e as temperaturas devem ser mais amenas neste final de semana. Assim, o mercado também se protege de uma situação climática mais favorável.

O relatório do USDA em si, na visão de Brandalizze, não foi negativo. A queda na demanda não deve ocorrer porque a China não vai deixar de consumir soja. O fechamento de hoje dá espaço para novas quedas na próxima semana, mas o mercado estaria perto de um limite.

No Brasil, os produtores não sentem o efeito dos preços baixos em Chicago em função dos prêmios que vem sendo compensadores nos portos.