Demanda extra da China pela soja americana deve ser um dos fatores-chave para formação de preços na Bolsa de Chicago

Publicado em 30/08/2018 17:19
Precificadas, guerra comercial e nova safra americana passam a exercer uma pressão menos intensa e temporária sobre as cotações. Baixa mais intensa pode vir com a necessidade maior de venda do produtor dos EUA. No Brasil, produtor tem de aproveitar os bons preços que estão sendo formados com câmbio e prêmios.
Matheus Gomes Pereira - Analista de Mercado da AgResource Mercosul

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Entrevista com Matheus Gomes Pereira - Analista de Mercado da AgResource Mercosul sobre o Fechamento de Mercado da Soja

 

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Os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago trabalharam de forma técnica durante todo o dia nesta quinta-feira (30) e terminaram o pregão com leves baixas, de pouco mais de 4 pontos entre os principais vencimentos, e o contrato novembro/18 valendo US$ 8,31 por bushel. 

O mercado internacional busca por informações que possam direcionar as cotações neste momento e, como explica o analista de mercado da AgResource Mercosul (ARC), Matheus Pereira, a demanda extra China pela soja americana deve ser um dos fatores-chave para formação de preços na Bolsa de Chicago. 

Ainda segundo ele, guerra comercial e nova safra americana passam a exercer uma pressão menos intensa e temporária sobre as cotações, uma vez já precificadas pelo mercado. Assim, uma baixa mais intensa pode vir com a necessidade maior de venda do produtor dos EUA neste momento, o que exerce uma pressão sazonal sobre as cotações todos os anos neste período. 

No Brasil, produtor tem de aproveitar os bons preços que estão sendo formados com câmbio e prêmios. A nova disparada da moeda americana nesta quinta-feira levou a divisa a bater nos R$ 4,20, mas o mercado corrigiu. 

"Não havia nenhuma demanda genuína por dólar em 4,20 reais, era apenas efeito manada", argumentou o diretor de Tesouraria de um grande banco estrangeiro, conforme noticiou a Reuters. Assim, o dólar terminou o dia com R$ 4,1463 e alta de 0,78%. A sessão foi intensamente volátil. 

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A puxada cambial puxou também, mais uma vez, os preços da soja no Brasil. No interior do país, as cotações chegaram a subiar até 2,9%, como foi o caso de Campo Novo do Parecis, em Mato Grosso, onde a saca foi a R$ 71,00.

Nos portos, os preços mantiveram certa estabilidade no fechamento dos negócios, após testarem melhores patamares ao longo do dia. Em Paranaguá, R$ 92,00 no spot e R$ 85,00 para fevereiro do ano que vem, estáveis. Já em Rio Grande, R$ 91,50 no disponível, caindo 0,33%, e mantidos os R$ 92,50 para setembro/18. 

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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