Custo de produção da soja em Minas Gerais dobra e produtor deve ter margens apertadas

Publicado em 06/12/2018 10:01
Produtividade precisa ser maior do que 60 sacas por hectare e produtor não pode errar no manejo da safra que é vendida atualmente com preço de R$ 71,00 em Capinópolis; lavoura de milho anima e expectativa é de colheita recorde
Wesley Barbosa de Freitas - Presidente da Aprosoja MG

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Entrevista com Wesley Barbosa de Freitas - Presidente da Aprosoja MG sobre o Acompanhamento de Safra da Soja

 

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No período entre a safra de soja 2017/18 e a nova safra 2018/19 os custos de produção praticamente dobraram no estado de Minas Gerais. Os principais puxadores dessa alta foram os insumos como o cloreto de potássio, a alta do dólar e as incertezas causadas pelo tabelamento do frete.

“Nós estamos enfrentando uma situação de que o dólar baixa, mas os preços dos insumos não baixam, mas quando o dólar aumenta os preços acompanham. Os problemas do tabelamento de frete também tem impactado muito negativamente o custo de produção já que toda a nossa produção gira em torno das rodovias e não temos alternativas. Além disso, como a agricultura é uma indústria a céu aberto depende de muita coisa como Sol, chuva, raio e granizo. Então ficamos muito dependentes da produtividade para saber se teremos lucro ou não”, diz Wesley Barbosa de Freitas, presidente da Aprosoja MG.

Para driblar esse aumento e conseguir custear a lavoura, os produtores não podem ter uma margem de erro muito grande. É preciso fazer todos os tratos agrícolas corretos e apostar em uma grande produtividade para a contar fechar no final de safra.

“Juntando todos os custos da produção, diria que gira em torno de 60 casas e o produtor que não colher a cima desse volume não vai ter que lucro nenhum. Como o produtor brasileiro hoje está muito tecnificado, praticamente não existe mais o produtor amador, todos já tem consciência de tudo o que tem que ser feito, de com o tem que ser feito e sabem das consequências disso”, afirma Freitas.

Com o plantio antecipado para o final de setembro devido as chuvas que caíram no estado, o produtor já começa a se preocupar com a venda da safra. “As chuvas caíram mais cedo esse ano em Minas Gerais e pudemos plantar a nossa cultura de soja mais cedo já no final de setembro e começo de outubro, quando o normal para a região é plantar mais para o final de outubro. Devido a esse problema de frete, a nossa região teve pouca venda antecipada. A maioria das empresas estão fora de mercado porque não sabem os preços que vão encontrar na hora do transporte. A média histórica aqui para a região aponta entre 50 e 70% de vendas antecipadas, mas nessa safra esse número ficou muito atrás”, conta o presidente da Aprasoja.

Já a situação prevista para a segunda safra de milho no estado é animadora e a expectativa é de safra recorde em Minas Gerais. “Eu creio que este ano será muito bom para a safra de milho pois não faltou água e as lavouras estão em uma condição muito boa. Se o preço continuar da maneira que está hoje entre 32 e 37 reais eu creio que o produtor de milho deverá ter uma boa lucratividade. Temos a expectativa de colheita entre 200 e 250 sacas de milho por hectare”, analisa Wescley.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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