Abiove fala ao NA sobre a Moratória da Amazônia e relação comercial com os europeus

Publicado em 06/11/2019 18:22
André Nassar, presidente-executivo da Abiove, disse com exclusividade ao Notícias Agrícolas que a entidade quer estimular a produção de soja em áreas degradadas. Para tanto haveria um pagamento da ordem de 8 sacas por hectares (equivalente a um arrendamento) ao produtor que evitar novos desmates de áreas de cerrado. Quanto às interdições das lavouras no bioma amazônico, a Associação de esmagadoras de soja propõe um plano de controle de rastreabilidade que identifique e segregue os produtores ilegais dos agricultores que atuam dentro da Lei, como o Código Florestal, por exemplo.
André Nassar - Presidente da Abiove

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Entrevista com André Nassar - Presidente da Abiove sobre a Moratória da Soja

 

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A Moratória da Soja imposta pela Abiove no bioma amazônico não será estendida ao cerrado brasileiro, garantiu o presidente-executivo da entidade, André Nassar, em entrevista exclusiva ao Notícias Agrícolas. 

André garantiu também que a Associação (que reúne as traders compradoras de soja) tem interesse em separar os produtores que atuam legalmente dentro da Amazônia (que obedecem ao Código Florestal, por exemplo) dos que promovem desmates ilegais. 

"Dessa forma a Abiove pretende continuar comprando grãos dos produtores que possuem propriedades dentro do bioma amazônico, mas somente dos que estão em dia com os órgaos de fiscalização ambiental", frisou o presidente da entidade.

Para tanto, a entidade planeja apresentar um plano de controle e segregação da produção ilegal, que teria a participação de toda a cadeia produtiva, incluindo os próprios produtores nessa vigilancia, "por serem os maiores interessados nesse tipo de procedimento", frisou ele.

Sobre o cerrado, André Nassar diz que entidade está ouvindo representantes dos produtores de vários Estados para saber se eles aceitam uma proposta (a ser feita pela Abiove aos compradores internacionais) no sentido de se evitar novos desmates em áreas intactas de cerrado, promovendo, em troca, estímulos financeiros para que haja expansão de novos plantios de soja em áreas degradadas, como as pastagens abandonadas, por exemplo. 

Como compensação, haveria um pagamento ao produtor equivalente ao valor de um arrendamento (8 sacas por hectare). Esse pagamento viria através da formação de um fundo financeiro que seria mantido pelas empresas compradoras interessadas na preservação do cerrado.

André Nassar frisou, no entanto, que o fundo ainda não está formado, e que existe tão somente a formatação de uma proposta aos compradores. "Enquanto a formação do fundo de compensação ambiental não se concretizar a entidade não fará nenhum movimento no sentido de proibir a compra de soja das áreas de cerrado, garantiu.

Sobre o movimento que os produtores do norte do Pará planejam fazer em Dom Eliseu no próximo domingo (com transmissão ao vivo pelo NA), o presidente-executivo da Abiove diz que vai analisar todos os casos que se dizem prejudicados pela moratória (no municipio existem 63 fazendas interditadas por orgãos ambientais) e tentar ajudar aos produtores a se adequarem às exigencias da Lei.

-- Temos o maior interesse em comprar soja em maior quantidade possivel, pois esse é o nosso negócio. Só não podemos e não queremos comprar soja proveniente de áreas desmatadas ilegalmente. Se o produtor apresentar comprovação que está em conformidade com os órgãos de fiscalização ambiental, não tem porquê essas fazendas permanecerem embargadas. O que não vamos fazer, jamais, é comprar soja dos ilegais, isso temos de deixar bem claro, disse André Nassar.

Acompanhe a entrevista acima

Por: João Batista Olivi
Fonte: Notícias Agrícolas

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