Aversão ao risco e falta de previsão sobre a volta da demanda chinesa por causa do coronavírus derrubam soja em Chicago

Publicado em 30/01/2020 18:20
Produtores brasileiros devem se preocupar em entregar contratos firmados e aguardar ''poeira baixar'' para realizar novas vendas de soja
Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting

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Fechamento do Mercado da Soja - Entrevista com Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting

 

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Mais de 16 pontos entre os principais vencimentos foi o que caíram os preços da soja na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira (30). O mercado continua sendo severamente pressionado pelas notícias que chegam sobre o surto do coronavírus que já infectou mais de 8 mil pessoas e matou outras 170. No final da tarde desta quinta, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou o surto como emergência global de saúde pública. 

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>> OMS declara surto do coronavírus como caso de emergência internacional de saúde pública

>> Governo da China determina aumento da produção de alimentos e distribuição de suprimentos para o setor

Pressionado, o mercado perdeu nesta sessão importantes patamares psicológicos, fechando o março com US$ 8,76, o maio a US$ 8,90 e o julho, com US$ 9,04 por bushel na CBOT. "Depois, o mercado vai ter que voltar a subir. Desceu de elevador nesta semana, mas vai subir de escada", explica Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting. 

Segundo o especialista, o mercado precisa ver a China controlar o surto do vírus para depois iniciar um movimento consistente de recuperação, principalmente esperando por mais notícias do front da demanda. 

Na análise da ARC Mercosul, os especialistas alertam para a possibilidade de que "esta crise sanitária se torne um pretexto para a quebra da Fase 1 do Acordo Comercial firmado entre Estados Unidos e China. Caso aconteça, a demanda pelo grão brasileira continuará aquecida".

Mais do que isso, os analistas explicam ainda que este não é, de fato, um período de muitos fundamentos para "especuláveis". "A ARC lembra que, sazonalmente, este período já possui um volume reduzido de operações e que a falta de fundamentos especuláveis tem incentivado a apatia no mercado", dizem os executivos.

PREÇOS NO BRASIL

No Brasil, as cotações também recuaram mesmo como dólar batendo encerrando o dia na máxima história de R$ 4,26. Mais cedo, com tamanha aversão ao risco, as cotação bateu nos R$ 4,27. 

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>> Temor global sobre coronavírus empurra dólar a máxima histórica, perto de R$ 4,26

Nos portos, as baixas variam entre 0,24% e 0,59% e os indicativos terminaram a quinta-feira no intervalo de R$ 83,80 a R$ 85,50 por saca. 

Por: Aleksander Horta e Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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