Soja encerra semana com US$ 11 em Chicago, mas poucos negócios no Brasil. Foco no clima e na demanda

Publicado em 06/11/2020 17:21 e atualizado em 07/11/2020 18:05
Últimos dias trouxeram preços ao melhor momento em 4 anos na CBOT. Além dos fundamentos positivos, euforia causada pelas eleições americanas motivaram ganhos não só nas bolsas de valores, mas também nas de commodities.
Luiz Fernando Gutierrez Roque - Analista da Consultoria Safras & Mercado

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Entrevista com Luiz Fernando Gutierrez Roque - Analista da Consultoria Safras & Mercado sobre o Fechamento de Mercado da Soja

 

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A sexta-feira (6) termina com os futuros da soja em campo misto na Bolsa de Chicago, pequenos ganhos para as posições mais distantes e ligeiras baixas para as mais próximas depois de uma semana de intensa volatilidade para todos os mercados. Ainda assim, os preços da commodity chegam ao seu melhor momento em quatro anos e rompendo a marca dos US$ 11,00 por bushel. 

A apuração das eleições presidenciais americanas deixaram o mercado financeiro global em polvorosa e, como explicou o analista de mercado Luiz Fernando Gutierrez, da Safras & Mercado, o otimismo que chegou às bolsas de valores alcançou ainda as bolsas de commodities e ajudou nas altas da soja na CBOT. 

No entanto, afirma ainda que a maior parte da escalada em Chicago se deu, essencialmente, pela força dos fundamentos. A demanda é presente e com muita força de crescimento, enquanto a oferta vai se ajustando ainda mais na América do Sul. As condições de clima não são as mais adequadas não só no Brasil, mas também na Argentina e no Paraguai. 

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Além dos fundamentos já conhecidos, o mercado internacional ainda espera pelo novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta nesta próxima terça-feira, 10 de novembro. As expectativas indicam que o relatório poderia trazer uma baixa na produção e produtividade norte-americanas, bem como os estoques finais do país. "Assim, já se espera também um aumento das exportações dos EUA", explica Gutierrez. 

MERCADO NACIONAL

No Brasil, os mercados tanto da safra velha - com a pouquíssima oferta disponível - como da safra nova têm preços sustentáveis e referências bastante elevadas, recordes no país. Os negócios, no entanto, são muito limitados. 

"O ritmo está bem lento. Por mais que Chicago tenha ajudado bastante, o dólar recuou, e o preço não mudou muito para o produtor brasileiro. Então, ele não avançou muito nos negócios, está mesmo com o pé no freio", diz.

Plantio de soja em MT vai a 83% da área e supera média histórica, diz Imea

SÃO PAULO (Reuters) - O plantio de soja 2020/21 em Mato Grosso atingiu nesta semana 83,24% da área projetada, avanço de quase 30 pontos percentuais em relação à semana anterior, disse nesta sexta-feira o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

Com isso, o ritmo dos trabalhos no Estado, que vinha sendo prejudicado pela seca, ultrapassou pela primeira vez na temporada a média histórica de cinco anos, que aponta para semeadura de 81,75% da área neste período.

Apesar disso, há mais lavouras em fases iniciais de desenvolvimento, considerando o amplo atraso aberto nas primeiras semanas de plantio em função da estiagem.

Na comparação com a safra 2019/20, os trabalhos seguem atrasados --no mesmo momento do ano anterior, a semeadura mato-grossense atingia 91,55% da área, segundo o Imea.

Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil.

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas/Reuters

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